Avaliação da atividade antineoplásica e anti inflamatória do óleo essencial e do extrato etanólico de Myrciaria glomerata O. Berg

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Silva, Nemes Veiga Pacheco
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/7918
Resumo: Myrciaria glomerata O. Berg, popularmente conhecida como cabeludinha , possui ácido ascórbico e propriedades antimicrobiana e antifúngica comprovadas. Os objetivos deste trabalho envolveram o estudo in vitro da atividade antineoplásica e anti-inflamatória, do Óleo Essencial (OE) e Extrato Etanólico (EE), extraídos de folhas de M. glomerata, coletadas na Floresta da Tijuca no Rio de Janeiro. A extração do OE foi realizada partindo-se da biomassa fresca acondicionada em aparelho tipo Clevenger, enquanto o EE foi obtido por maceração exaustiva com etanol, filtração e evaporação do solvente em evaporador rotatório sob pressão reduzida, com rendimentos de 0,17% (OE) e 7,67% (EE), ambos em relação à biomassa fresca. O estudo fitoquímico dos materiais de M. glomerata foi realizado por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE) e por Cromatografia Gasosa acoplada a Espectrômetro de Massas (CG-EM). A atividade antineoplásica in vitro do OE e EE foi investigada através dos ensaios de MTT e exclusão por azul de tripan sobre linhagens leucêmicas (Jurkat e K562) e tumorais (MCF-7, PC3 e A549), e células sadias VERO. Seus efeitos sobre o ciclo celular e apoptose foram estudados com a linhagem Jurkat, que se mostrou a mais sensível. A ação anti- inflamatória foi avaliada sobre a linhagem macrofágica RAW 264.7, através da produção de Óxido Nítrico (NO), pelo ensaio de Griess, e da migração celular, pelos métodos de Wound healing e Boyding, em macrófagos RAW 264.7 ativados por LPS in vitro. O OE, nas concentrações de 50 e 100 μg/ml, reduziram, respectivamente, a viabilidade das linhagens K562 (11,24% e 11,77%), PC3 (15,65% e 25,21%), MCF7 (13% e 27,8%) e Jurkat (14,84% e 28,31%). O EE (50 e 100 μg/ml) reduziu, respectivamente, a viabilidade das linhagens K562 (11,42% e 15,74%), PC3 (21% e 21%), MCF7 (26,7% e 34,5%), Jurkat (16,5% e 77,6%), e A549 (20,0%) somente em 100 μg/ml. Os resultados obtidos com M. glomerata mostraram que os produtos extraídos apresentaram efeito antineoplásico inédito, principalmente pelo EE sobre as linhagens Jurkat (IC50 = 68,34 μg/ml), tanto citostático quanto citotóxico, observados pela diminuição da proliferação de forma dose dependente, e pelo aumento de apoptose nas concentrações de 100 e 200 μg/ml respectivamente, sem apresentar citotoxicidade para a linhagem VERO. Ambos os produtos de M. glomerata também apresentaram efeito anti- inflamatório, através da redução da produção do mediador pró inflamatório NO nas concentrações de 50 e 100 μg/ml, tanto para o OE (36,94% e 51,06%), como para o EE (71,14% e 84,03%) respectivamente. Além disso, os dois produtos inibiram a migração celular de macrófagos RAW 264.7 em ambas as concentrações nos ensaios testados in vitro. Em geral, o EE mostrou ter um efeito biológico superior ao do OE. As análises fitoquímicas do OE identificaram 21 componentes, sendo os sesquiterpenos β-Elemeno (15,31%) e β-Cariofileno (13,22%) os constituintes majoritários. A fitoquímica do EE sugere a presença de flavonoides. Dessa forma, a M. glomerata se mostrou um promissor fitoterápico em potencial para o tratamento dessas doenças de alta mortalidade na população.