Obesidade materna aumenta a lipogênese e doença hepática gordurosa não alcoólica nos descendentes até a geração F2 de camundongos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Lannes, Wilian Rodrigues
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Biologia Humana e Experimental
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/7882
Resumo: A obesidade maternal induzida por dieta hiperlipídica programa a prole a suscetíveis doenças na vida adulta e pode passar para gerações subsequentes. O presente estudo avaliou o efeito da dieta materna sobre a estrutura hepática na prole adulta de camundongos, focando na primeira (F1) e segunda (F2) gerações. Fêmeas C57BL/6 (F0) foram alimentadas com dieta controle (SC) ou dieta hiperlipídica (HF) no período de 8 semanas antes do acasalamento, durante a gestação e a lactação para dar origem a primeira geração (SC-F1 e HF-F1). Aos 3 meses, as fêmeas F1 foram acasaladas e formaram a Segunda geração (SC-F2 e HF-F2). A partir do desmame todas a proles receberam apenas dieta controle. O fígado foi dissecado, pesado, foram realizados cortes de 5 μm de espessura e corados com hematoxilina e eosina. O tecido hepático congelado foi utilizado para analisar o triglicerídeo hepático e expressão proteica por Western bloting. O grupo HF-F1 apresentou maior massa corporal (MC) aos 90 dias quando comparado ao grupo SC-F1 (P=0.001), no entanto a prole HF-F2 não apresentou diferença significativa quando comparado ao grupo SC-F2.Quanto ao metabolismo de carboidratos, a prole HF-F1 mostrou-se intolerante à glicose comparada ao grupo SC-F1, no entanto esse resultado não foi observado na prole HF-F2. No entanto, a prole HF-F1 (P=0.009) e HF-F2 apresentaram hiperinsulinemia (P=0.03). Em relação, a esteatose hepática esta foi maior na prole HF-F1 em torno de 18% mais gotículas lipídicas depositadas no fígado, do que na prole SC-F1 (P<0.0001), enquanto a prole HF-F2 apresentou aumento de 13% neste parâmetro quando comparado a prole SC-F2 (P<0.0001). Em relação à expressão de proteínas, a prole HF-F1 apresentou expressão significativamente maior do PPAR-gama e SREBP-1c, ambos fatores de transcrição lipogênicos, em comparação a prole SC-F1 (P=0.01). A prole HF-F2 mostrou apenas expressão significativamente maior do PPAR-gama quando comparado a SC-F2 (P=0.04). De modo interessante, a obesidade materna foi prejudicial para as vias lipogênicas e beta-oxidação através da regulação positiva do PPAR-gama e regulação negativa do PPAR-alfa. Por outro lado, a segunda geração demonstrou lipogênese elevada, por conta de um desequilíbrio do PPAR, favorecendo o acúmulo hepático de triglicerídeos com prejuízo no metabolismo da prole, mesmo não sendo exposta diretamente à dieta hiperlipídica.