Associação entre Marcadores Nutricionais e Desfecho de Mortalidade e de Hospitalização em Idosos em Tratamento Crônico de Hemodiálise
Ano de defesa: | 2016 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Nutrição BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Alimentação, Nutrição e Saúde |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/7216 |
Resumo: | O envelhecimento global da população tem levado a um aumento expressivo na prevalência e incidência de pacientes idosos (>65 anos) em tratamento crônico de diálise. Dessa forma, a equipe de saúde que trata pacientes em diálise, em especial a hemodiálise (HD), que condiz a principal modalidade de terapia renal substitutiva no Brasil, deve estar preparada ao cuidado de comorbidades frequentes em pacientes idosos em HD, como a desnutrição energético-proteica (DEP). Deste modo, o objetivo desse estudo é identificar o marcador de DEP capaz de melhor predizer eventos de mortalidade e o risco de hospitalização em pacientes idosos em tratamento crônico de HD. Este trabalho tem desenho observacional, longitudinal e prospectivo com tempo de acompanhamento de até 36 meses. Foram incluídos pacientes idosos (≥60 anos) não institucionalizados em tratamento de HD por, no mínimo, 3 meses. A avaliação do estado nutricional foi realizada por medidas objetivas [antropometria, impedância bioelétrica, força de preensão manual (FPM), albumina sérica, índice de risco nutricional geriátrico (IRNG)] e subjetivas [avaliação subjetiva global de 7 pontos (ASG) e malnutrition inflammation score (MIS)]. Essas variáveis foram testadas de maneira contínua e de acordo com os pontos de corte recomendados para pacientes adultos com doença renal crônica (DRC). Foram incluídos 173 idosos (Masculino: 64,7%), com idade média de 70,5 ± 7,2 anos e tempo de HD de 2,89 (1,2; 5,6 - mediana e limite interquartil) anos. A prevalência de DEP variou de 9,6% a 60%, a depender do marcador nutricional testado. Ao longo do tempo de acompanhamento de 23,6 meses (12,0; 34,4), 61 pacientes foram a óbito, e ao comparar o estado nutricional com o daqueles que sobreviveram, observou-se que a hemoglobina, o hematócrito, a dobra cutânea tricipital em mulheres, a ASG, a adequação da FPM, e a FPM e a massa celular corporal (MCC) nos homens foram significantemente menores no grupo de não sobreviventes, ao passo que o MIS foi significantemente maior. Ao avaliar as curvas de sobrevida pelo teste log-rank, pacientes com baixos valores de IMC, circunferência da panturrilha, FPM, ASG, IRNG e valores elevados para o MIS apresentavam pior sobrevida. Ao avaliar a razão de risco de morte ajustada por covariáveis pelo modelo de risco proporcional de Cox, notou-se que os parâmetros previamente citados, com exceção do IRNG, apresentavam maior risco quando comparados às categorias de referência, após ajustes covariáveis. No modelo multivariado, somente a ASG se manteve como preditor para eventos de morte (estatística-C: 0,70). Semelhante associação foi observada ao avaliar esses dados de maneira contínua para ASG, MIS, circunferência da panturrilha e MCC. Em relação aos eventos de hospitalização, avaliados pela regressão de Poisson, a ASG, o MIS, a FPM e a albumina se associaram com maior risco de eventos de hospitalização quando estas medidas eram compatíveis com DEP. Em conclusão, dentre os métodos testados, a ASG e o MIS se destacaram como métodos de avaliação nutricional capazes de melhor predizer mortalidade e maior risco de hospitalização, respectivamente |