Determinação da contaminação por chumbo em Boquira (BA) em decorrência da extração mineral

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Fernandes, Tamara Grisolia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Geologia
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Análise de Bacias e Faixas Móveis
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/7143
Resumo: Os processos de extração e beneficiamento do minério de chumbo em grande escala realizados desde meados da década de 1950 em Boquira (BA), além de décadas de grande atividade e relevância econômica, também deixaram uma extensa pilha de rejeito que até hoje se encontra a céu aberto, tendo sido formada mediante descarte irregular e fora dos padrões ambientais. O presente estudo tem como principal objetivo realizar uma análise da contaminação deixada no local, considerando que o chumbo, ao alcançar o solo, pode permanecer ali indefinidamente. Levando em conta que o contato do chumbo com seres humanos pode causar diversos problemas de saúde e até mesmo mutações genéticas, foram coletadas amostras do rejeito, que se encontra disponível e não tratado até os dias de hoje, para a realização de um trabalho de caracterização da contaminação, distinguindo sua composição nos pontos de coleta. Num primeiro momento, foi realizada a caracterização mineralógica de amostras coletadas sobre a referida bacia de rejeito, o que revelou a presença de cerussita (PbCO3), anglesita (PbSO4) e, em menor escala, de galena (PbS). Análises químicas revelaram alto teor de chumbo nas amostras, com uma variação de 6.962,25 ppm a 22.279,2 ppm, valores estes muito superiores aos de referência presentes na lista do CONAMA 420 de 2009 (máximo de 900 ppm). No entanto, somente esses dados não são capazes de inferir a biodisponibilidade do metal no solo, o que se torna necessário para que se avalie o quanto o contato de organismos vivos com o mesmo pode ser prejudicial (letal ou subletal). Sendo assim, testes de ecotoxicidade realizados em minhocas da espécie Eisenia foetida comprovaram que, apesar de não letais, os efeitos do contato com o chumbo provocaram efeitos subletais nos organismos testados. De acordo com a American Society for Testing and Materials (ASTM), efeitos subletais em um teste de solo são efeitos indicativos de toxicidade, tais quais alteração no crescimento, comportamento, reprodução, e processos fisiológicos, entre outros. Sendo assim, observou-se gradativa perda de peso dos organismos expostos ao metal no solo, à medida que se aumentava a concentração do mesmo. A realização de testes de mobilidade do metal - (Toxicity Characteristic Leaching Procedure - TCLP) e a determinação da quantidade de matéria orgânica complementaram as informações a respeito da disponibilidade do metal no solo, indicando que a quantidade de chumbo disponível em todas as amostras é superior ao recomendado pela EPA para resíduos, excedendo o limite regulador de 5 mg Pb/L (EPA, 1990)