Efeitos diretos e indiretos da pesca na reciclagem de nutrientes em rios pantaneiros

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Motta, Fernanda de Carvalho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20120
Resumo: Consumidores podem ter um importante papel ecológico como recicladores de nutrientes no ambiente onde vivem. Isso porque atuam tanto de forma direta, pela perda de nutrientes através da assimilação e incorporação da matéria orgânica proveniente da dieta em seus tecidos, quanto de forma indireta, através da excreção de compostos inorgânicos. A pesca profissional surge como possível ameaça à dinâmica de nutrientes de ambientes aquáticos, já que se reflete na colheita da biomassa dos peixes e consequente redução da sua contribuição ecológica. Neste estudo, investigamos como a retirada de biomassa, através da pesca, influencia na perda de estoque de nutrientes do sistema aquático sob forma de nutrientes orgânicos contidos nos corpos dos peixes nutrientes inorgânicos que os peixes remineralizam através da excreção. Também analisamos como a perda de diferentes guildas tróficas (onívora, carnívora, detritívora e piscívora) diferem neste papel. Para isso, utilizamos os dados de estoques pesqueiros do EMBRAPA Pantanal entre os anos de 2012 a 2016 e calculamos a quantidade de nutrientes presentes no tecido corporal, e as taxas de excreção de nitrogênio e fósforo através de um modelo universal publicado baseado em massa, dieta e temperatura. Vimos que cerca de 817t de biomassa de peixes foram pescadas no somatório dos 5 anos, correspondendo à perda de cerca de 87t de C corporal, 24t de N corporal e 4,56t de P corporal. A nível de excreção, os peixes deixaram de contribuir com cerca de 4702kg/mês de N e 180kg/mês de P ao sistema. Sete das treze espécies estudadas representaram, juntas, aproximadamente 93% da contribuição na excreção de N e 92% na excreção de P ao ambiente. Indivíduos carnívoros apresentaram maior excreção populacional de N (aproximadamente 1860kg/mês) e os onívoros maiores excreções de P (97kg/mês) nos 5 anos analisados. Em relação aos nutrientes corporais, a guilda dos carnívoros teve números impressionantes, com cerca de 10.000kg de N e aproximadamente 2.000kg de P contidos em seus tecidos que foram removidos com a pesca. Desta forma, uma possível extinção ou redução drástica dos peixes, através da pesca, pode alterar significativamente a dinâmica de N e P e a identidade de um possível nutriente limitante no ambiente