Importância dos biótopos e da disponibilidade dos recursos alimentares na estrutura da metacomunidade de peixes em um estuário tropical, Nordeste do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Sales, Natalice dos Santos lattes
Orientador(a): Araújo, Francisco Gerson
Banca de defesa: Albrecht, Míriam Pilz, Petry, Ana Cristina, Santos, Luciano Neves dos, Neves, Leonardo Mitrano, Azevedo, Márcia Cristina Costa de
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal
Departamento: Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9207
Resumo: Os ecossistemas estuarinos são reconhecidos como locais importantes para o recrutamento de diversas espécies de peixes devido sua heterogeneidade de biótopos. No entanto, pouco se conhece sobre a importância de cada biótopo no estabelecimento e nas interações desses indivíduos, principalmente no que se refere a biótopos não-vegetados ou de baixa complexidade. Assim, os principais objetivos desse estudo foram: 1) avaliar a dispersão da ictiofauna de acordo com as características específicas de cada biótopo e suas variações espaço-temporal; 2) examinar os modelos da estrutura de metacomunidades através da aplicação da abordagem EEM (Elementos de Estrutura de Metacomunidades), que se baseia no padrão de distribuição das espécies ao longo de um gradiente ambiental; 3) identificar as relações tróficas das espécies de peixes mais abundantes dentro do estuário associada a disponibilidade das presas dentro de cada biótopo. O estudo foi desenvolvido em cinco biótopos (Praia, Fanerógama Marinha, Planície de Maré, Manguezal e Vegetação Marginal) distribuídos ao longo do Estuário do Rio Mamanguape- PB de acordo com o gradiente de salinidade. Os resultados apontaram uma influência direta da salinidade sobre os biótopos, onde as planícies de Maré apresentaram a maior densidade e biomassa de juvenis Marinho Estuarino Dependente (MED) durante a duas estações do ano. Essa relação da salinidade com a distribuição das espécies induziu a fortes respostas na estrutura metacomunitária como a formação de padrões clementsianos, onde um grupo de espécies pode apresentar fisiologia e/ou restrições evolutivas semelhantes, resultando em uma resposta comum ao gradiente ambiental e a preferências por determinados biótopos independentes das diferentes estações do ano. Assim, a salinidade desempenha um papel importante como filtro ambiental nas comunidades o que reduz a dispersão de diversas espécies de peixes juvenis entre os diversos biótopos, alterando os padrões de metacomunidade. Esse papel de filtro ambiental desempenhado pela salinidade também influenciou na distribuição das presas no ambiente onde o Zooplâncton apresentou maior abundância no estômago das espécies e no ambiente, e os Crustáceos Epibênticos na seleção de presas pelas espécies. A presença marcante desses itens no ambiente, no estômago e na seletividade, responderam diretamente nas guildas tróficas, apresentando os Zooplanctívoros e os Zoobentívoros Epibênticos como as mais representativas. Assim, a associação da análise da metacomunidade com a estrutura e composição das comunidades locais e as relações tróficas permitem ampliar locais de conservação e proteção dentro desses ambientes costeiros, não apenas relacionados as espécies de peixes ou outros organismos de importância econômica, mas também as áreas que favorecem o estabelecimento das principais presas para o desenvolvimento de diversas espécies de peixes juvenis, que reduz a dispersão entre os biótopos, alterando os padrões de metacomunidade.