Gilles Deleuze e os Cristais do Tempo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Amaral, Leonardo Francisco
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19921
Resumo: O cristal é expressão: o que se vê no cristal é o tempo em estado puro. Mas como a natureza do tempo é avessa às grandes formas narrativas, acontece dela se expressar sempre na forma de um paradoxo. Alguns artistas elevaram as imagens além de seu uso banal e corriqueiro, apresentando-nos uma imagem direta do tempo. Para tanto, não se deve nunca tomar um corpo por um organismo. Ainda que o porvir deste possa certamente suscitar algumas especulações aflitas, não se encontra, aí, nenhuma relevância no tocante aos processos de criação. Enquanto que o devir dos corpos, este sim, constitui uma fonte inesgotável de novidades. Pode-se dizer, inclusive, por razões tanto vitais quanto artísticas, que os organismos representam uma forma de ameaça para os corpos, assim como os clichês o são para as imagens. De tal maneira que, enquanto os corpos se encontram inteiramente submetidos às exigências orgânicas, e as imagens atreladas a um esquema meramente sensório-motor, o pensamento não pode fazer mais do que reproduzir opiniões que respondem a funções formais do estabelecido, percorrendo somente caminhos previamente delimitados. Todavia, quando os corpos deslizam para além dos planos de organização, e as imagens escapam a toda significação e reconhecimento, também o pensamento se vê lançado ao desconhecido, para efetuar os “movimentos do infinito”. À luz de Nietzsche, Spinoza, e de Bergson, Gilles Deleuze dá ao pensamento uma nova constelação: os conceitos (conceptos) tornam-se inseparáveis de “visões” (Perceptos), bem como de “devires” ou “forças” (Afectos). Ao lado da arte, o pensamento devém um construtivismo, e as sensações invadem definitivamente o plano de imanência, isto é, o terreno da própria Filosofia.