Escadaria Selarón: metáfora urbana da cidade maravilha mutante

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Guimarães, Alexandre Henrique Monteiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Artes
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Artes
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/7413
Resumo: A presente dissertação de mestrado, intitulada Escadaria Selarón: metáfora urbana da cidade maravilha mutante , inserida dentro da linha de pesquisa Arte, Cognição e Cultura pelo PPGARTES da UERJ, busca estender e ampliar o campo de estudo sobre a arte pública, no intuito de aprofundar a visão sobre as ditas belezas espontâneas e não-autorizadas no solo criativo brasileiro, lançando lente sobre uma obra que alterou a visualidade e o cotidiano de uma via histórica do Rio de Janeiro. Assim, apresentando reconhecimento investigativo sobre uma intervenção inusitada constituída de inúmeros azulejos e de várias procedências, recobrindo uma extensa escadaria de 215 degraus, localizada entre os antigos bairros da Lapa e de Santa Teresa, este trabalho acadêmico deseja ocupar uma lacuna importante junto às reflexões nutridas por interesse semelhante. Trata-se também de olhar para uma das camadas artísticas que, embora se inscrevendo à céu aberto, ainda se apresenta como periférica perante os estudos em artes. Abarca-se a obra em causa, valendo-se da articulação entre diversos saberes, envolvendo não apenas as teorias e epistemes da arte, mas diversos estudos antropológicos voltados para o entendimento da arte popular, considerando também os avanços nas últimas décadas das ciências sociais, da antropologia visual e da geografia cultural. Na pesquisa empreendida, além de se dar voz ao artista ainda vivo durante esta investigação , preocupando-se com sua trajetória e sua produção, busca-se estabelecer conexões entre a condição mutante desta obra também conhecida como a Grande Loucura e a realidade movente e orgânica da metrópole-devir que a abriga. A obra representa e exemplifica o contexto de formas diversas que vem surgindo no universo citadino pulsante e controverso de [des]ordem do Rio de Janeiro. De modo similar as favelas cariocas, a Escadaria Selarón reúne um conjunto de soluções construtivas improvisadas, de ações grávidas de um fazer improvável, que também se apropria e se alimenta dos morros da cidade, provocando o interesse inadiável desta pesquisa. A grande obra de Selarón surge em um cenário em que, a despeito da ação de controle ou de ordenamento regulatório que sempre permitiu que surpresas dessa natureza continuassem aparecendo, modifica de modo ímpar o fluxo de interesse do espaço público em que se manifesta e, por conseguinte, assegura o mérito de que não poderia ficar ausente na compreensão do regime estético do mundo, favorecendo o campo de investigação sobre a vertigem em artes...