A sala de aula não cabe no mundo: compreendendo a Nagologia educacional e suas metodologias singulares
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Educação |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17330 |
Resumo: | Este trabalho acadêmico apresenta a lógica educacional ioruba, a qual denomino de nagologia educacional. As características desse modelo foram fundamentadas nas pesquisas sobre a cultura ioruba, sua filosofia, religiosidade e estudos com a infância nos terreiros que atuo e pesquiso: o Ilé Àṣẹ Àiyé Ọbalúwáié, no Rio de Janeiro-RJ, onde sou sacerdote, e na Casa de Oxumarê, em Salvador-BA de onde descendo. Sustento, nesta Dissertação, que esses métodos ensinativos são estruturados na relação com a natureza, na oralidade, na ancestralidade e na atemporalidade. O presente trabalho defende que a disseminação desse conhecimento é realizada pelos fazeres. Esta transmissão é catalisada pelos artefatos da palavra, com suas diversas finalidades, conforme dispõem o idioma e a cultura ioruba: orin (cântico); ọfọ̀ (encantamento); oríkì (louvação); ìtàn (conto); òwe (provérbio); àdúrà (reza) e ẹsẹ (poema de Ifá). Estou convencido de que essas ferramentas da palavra ioruba se revelam como áreas dos saberes, tais como história, geografia, literatura, filosofia, música, álgebra e biologia. Através da vivência de crianças no cotidiano dos terreiros, atesto que este exemplo de educação se constitui, de forma empírica, a partir do convívio entre os adeptos e suas relações sociorreligiosas em que se reproduz a dinâmica cultural ioruba. Nesse aspecto, aponto que as percepções pessoais e sociais dialogam com a natureza, o tempo e a ancestralidade, sendo esta construção tecida pelo poder transcendental da palavra, mostrando-se o idioma ioruba como elemento de resistência, memória e educação. Nesta percepção de mundo, o corpo é a lousa, a palavra é o giz e a cabeça, o caderno. O teto desta escola, é o firmamento; seu piso é o universo; suas paredes são o horizonte; suas janelas são o tempo. Por isso, afirmo, em conclusão, que essa escola não cabe no mundo. |