Caracterização Crustal da Margem Sudeste Brasileira através de Magnetometria e suas Implicações Tectônicas
Ano de defesa: | 2009 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Geologia Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Geociências |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20025 |
Resumo: | A Margem Sudeste brasileira foi investigada quanto à estruturação de seu embasamento continental e a relação com as feições marinhas, utilizando como ferramenta principal a magnetometria. Buscou-se desenvolver uma metodologia que integrasse duas escalas de análise: uma análise regional, a partir da compilação de dados de satélite (WDMAM); e uma análise de detalhe da região entre 21o e 24o Sul, utilizando dados aeromagnéticos. O objetivo do trabalho consistiu numa investigação da estrutura crustal, através da variação no padrão das anomalias magnéticas, e sua relação com as anomalias gravimétricas e a geologia conhecida. Ulteriormente, foram traçadas correlações estruturais, litológicas e/ou reológicas entre as regiões continental e oceânica, de forma a compreender as inter-relações tectônicas e o contexto evolutivo. O padrão magnético regional revelou uma região continental com menor intensidade geral de magnetização (< 50 nT) do que a margem continental adjacente. A região oceânica apresenta anomalias positivas lineares, (100-200 nT) que seguem uma orientação geral NE-SW, concordante com as direções estruturais continentais. Excetuase a região entre 44o e 42oW, onde os lineamentos assumem uma direção E-W, concordante com as direções estruturais estabelecidas durante o rifteamento mesozóico. Tal configuração reflete o arcabouço estrutural da margem é coerente com uma tectônica extensional atuante a partir de um eixo principal de estiramento orientado segundo WNW-ESSE. Foram identificados dois lineamentos positivos principais, relacionados a uma importante mudança crustal, potencialmente associada às intrusões ígneas básicas e/ou ultrabásicas e fraturas/falhas do rifte. O lineamento magnético positivo mais distal (MM2) foi correlacionado à Anomalia G e pode estar indicando a delimitação da zona de transição continente-oceano. Estão presentes estruturas transversais de direção E-W, representadas por lineamentos magnéticos negativos, que evidenciam a segmentação tectônica da margem, relacionada às zonas/falhas de transferência. O padrão magnético sugere uma componente de movimento dextral para a Zona de Transferência do Rio de Janeiro, com possíveis reativações durante a formação das estruturas marginais. O embasamento continental da região entre 21o e 24o sul é caracterizado por lineamentos de direção N45E-S45W e N30E-S30W, relacionados à estruturação da Faixa Ribeira. O padrão em curva está associado às estruturas dúcteis Cambrianas. Acentuadas anomalias semicirculares (200-400 nT) estão relacionadas aos granitóides tardi-tectônicos e a alguns dos corpos alcalinos terciários do Alinhamento Poços de Caldas-Cabo Frio. Lineamentos magnéticos de alta amplitude (100-150 nT) refletem enxames de diques toleíticos mesozóicos e sugerem a reativação das direções estruturais continentais durante a fase rifte. Entretanto, o mesmo padrão magnético-estrutural ocorre no Domínio Tectônico do Cabo Frio, estruturado segundo a direção NW-SE. Esses resultados implicam que a tectônica deformacional relacionada a essa fase afetou de forma generalizada o embasamento continental, independente de sua estruturação preexistente, e as feições meso-cenozóicas formadas teriam sido principalmente controladas pelo arranjo dos tensores atuante à época e/ou pela reologia da litosfera. A Bacia de Campos exibe uma região lineamentos magnéticos positivos N30E-S30W, identificada neste trabalho como Alto Magnético de Campos (AMC). A modelagem viii sobre essa feição demonstrou valores de susceptibilidade magnética semelhantes aos de rochas ultrabásicas (> 0,078 SI), e sugere como fonte um corpo ígneo largo (21 km), até pelo menos 4 km de profundidade na crosta, com uma estruturação rasa semelhante aos diques subverticais continentais, mas de alta magnetização (> 0.04 SI). Essa feição evidencia uma alta taxa de estiramento nessa porção da margem nos estágio iniciais do rifteamento. O padrão magnético profundo (a 5 km de altitude) mostra uma geometria para o arcabouço magnético-estrutural entre 21o e 24o S caracterizada por faixas magnéticas de direção N45E-S45W, refletindo os terrenos tectônicos da Faixa Ribeira. O arcabouço estrutural do DTCF exibe um padrão magnético crustal distinto não-linear, coerente com um amalgamento tardio no Siluriano. Os principais limites tectônicos que separam esses terrenos, representados por acentuadas anomalias negativas, atingem pelo menos 5 km de profundidade crustal, caracterizando zonas de sutura continentais profundas. |