Estudo da resposta imune anti glicosilfosfatidilinositol de P. falciparum, comparada àquela frente a outros antígenos de fase sanguínea de P. falciparum e P. vivax, como indicadora de exposição prévia à infecção e imunidade clínica anti malárica
Ano de defesa: | 2012 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/8650 |
Resumo: | A malária, causada por protozoários do gênero Plasmodium, permanece como uma das endemias de maior prevalência em todo o mundo. Durante a ruptura dos eritrócitos infectados e liberação de merozoítos na circulação sanguínea, ocorrem os sinais e sintomas reveladores da patogenia da doença devido a liberação de toxinas pelo parasito e a consequente ativação de macrófagos e produção de citocinas pro-inflamatórias (TNF alfa, IL-1, etc) pelo hospedeiro. Uma das principais toxinas parasitárias é um fosfolipídio, a glicosilfosfatidilinositol (GPI), que permite a ancoragem de proteínas plasmodiais responsáveis pela invasão do parasito no eritrócito. As manifestações clínicas resultantes dessa produção excessiva de mediadores inflamatórios em resposta a toxinas como a GPI, podem se acompanhar de efeitos sistêmicos graves (como a anemia, a malária cerebral e o acometimento de vários órgãos e sistemas). Em áreas de alta transmissão de malária, como as da África, o desenvolvimento de imunidade clínica costuma ser gradual e aumentar com a idade e com a conseguinte exposição a antígenos plasmodiais. A aquisição de tal imunidade se acompanha de, e é refletida pela produção de anticorpos específicos da GPI (imunidade anti-antitoxina). No Brasil, a infecção assintomática por P. vivax e P. falciparum tem sido observada por diversos autores. O presente trabalho teve como objetivo avaliar se a aquisição desta imunidade clínica pode estar relacionada à produção de anticorpos contra a GPI, em indivíduos de populações autóctones de área de elevado risco de transmissão na Amazônia brasileira. Pesquisamos a frequência e a reatividade de anticorpos dirigidos contra a GPI, antígeno total e proteína 3 da superfície de merozoíto 3 (MSP3) do P. falciparum e contra a MSP1-19 do P. vivax, em indivíduos assintomáticos e portadores de infecção plasmodial, detectada por PCR, e em controles da mesma área (sem infecção nem história pregressa declarada da doença) e, comparativamente, em pacientes de Lubango com malária. Embora, a resposta anti-GPI não tenha sido maior nos indivíduos assintomáticos infectados de Barcelos do que nos controles da região, a resposta aumentava progressivamente com a idade nos assintomáticos, enquanto que uma correlação entre a resposta e a parasitemia foi observada somente nos pacientes de Lubango. A resposta contra outros antígenos parasitários foi maior nos indivíduos assintomáticos (expostos cronicamente à infecção) do que nos pacientes com malária clínica de Lubango (teoricamente, desprotegidos sob o ponto de vista imunológico) somente para os antígenos total de P. falciparum e MSP1-19 de P. vivax. Já na MSP3 essa resposta foi semelhante nos três grupos. Conclui-se que a resposta anti-GPI não parece ser um bom indicador de exposição crônica a material parasitário, nem, tampouco, refletir a imunidade clínica que, justificaria a inexistência de sintomas dos indivíduos de Barcelos. Por outro lado, a MSP1-19 de P. vivax poderia ser considerada um bom antígeno para refletir exposição prévia ao plasmódio, sobretudo em uma região onde esta espécie é responsável por 80% dos casos registrados. Mais estudos com um maior número de indivíduos devidamente caracterizados como portadores assintomáticos de plasmódios e controles de área nunca expostos podem fazer avançar o conhecimento nessa área. |