Caracterização fenotípica e molecular de Enterococcus isolados de infecções da corrente sanguínea

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Araújo, Luciana Milanêz de Paula
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Microbiologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/14462
Resumo: As infecções de corrente sanguínea (ICS) constituem um problema comum e potencialmente fatal em Unidades de Terapias Intensivas (UTIs) e estão entre as infecções mais frequentemente documentadas. Elas são classificadas de acordo com características específicas relacionadas aos seus aspectos diagnósticos e preventivos. Além disso, o uso prolongado de cateteres intravasculares e seu manejo inadequado são importantes fatores de risco para o desenvolvimento dessas infecções, bem como a presença de infecções respiratórias, urinárias, feridas e infecções intestinais podem contribuir como um foco primário para as ICS. Nesse cenário, os enterococos emergiram como importantes patógenos e atualmente são considerados a terceira causa mais comum de bacteremia nosocomial. Dentre o gênero dos enterococos, a espécie E. faecalis é a mais frequentemente isolada entre as infecções humanas, seguido da espécie E. faecium. O objetivo desse estudo foi caracterizar amostras de Enterococcus isoladas de hemoculturas de pacientes hospitalizados em instituições de saúde localizadas em dois estados brasileiros (Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte) em um período de 11 anos consecutivos (2005 a 2015). Foram incluídas nesse estudo 203 amostras caracterizadas quanto ao gênero e espécie pela metodologia de MALDI-TOF. A susceptibilidade a um painel de 15 antimicrobianos foi avaliada pelo método de difusão em Agar e o genótipo de resistência a vancomicina foi detectado por metodologia de PCR. Perfis de virulência foram determinados por metodologia de PCR para um conjunto de nove genes. A diversidade das amostras pertencentes as espécies E. faecalis e E. faecium foi avaliada por PFGE. Os resultados desse estudo identificaram um maior número de isolados E. faecalis, seguido de E. faecium, além de amostras de E. avium, E. gallinarum, E. durans e E. raffinosus. Foi identificado um menor número de amostras multirresistentes (resistentes a três ou mais classes de antimicrobianos), sendo que isoladamente quinolonas, macrolídeos e tetraciclinas determinaram os maiores percentuais de amostras não susceptíveis. Percentuais elevados de amostras não susceptíveis também foram observados frente a antimicrobianos comumente utilizados no tratamento das ICS, como aminoglicosídeos, beta-lactâmicos e glicopeptídeos. As amostras pertencentes a espécie E. faecalis apresentaram uma maior frequência de determinantes de virulência quando comparadas à espécie E. faecium. Percentuais elevados de amostras E. faecium resistentes a vancomicina exibiram caracteristicamente os genes esp e hyl, importantes marcadores de clones de dispersão mundial. As amostras de E. faecalis apresentaram uma maior diversidade clonal do que E. faecium, conforme identificado por PFGE. Foram identificados grupos clonais que reuniram amostras isoladas em mais de uma instituição de saúde, sugerindo uma ampla dispersão interhospitalar. As informações apresentadas nesse estudo visam contribuir com dados brasileiros como mais um suporte para o desenvolvimento de medidas de contenção da dispersão da resistência em Enterococcus e do controle do uso de antimicrobianos.