Lúpus eritematoso sistêmico e gestação: análise dos desfechos maternos em uma coorte de um hospital terciário

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Ramires de Jesús, Guilherme Ribeiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17840
Resumo: Devido à maior prevalência do lúpus eritematoso sistêmico (LES) em mulheres em idade fértil, a gestação nessas pacientes não é uma condição incomum. Contudo, gestantes com LES possuem uma maior morbimortalidade materna e fetal do que o restante da população, necessitando de cuidados diferenciados ao longo do pré-natal. É descrito maior risco de atividade da doença durante a gravidez, além de maior frequência de pré-eclâmpsia (PE), parto prematuro, crescimento intrauterino restrito e perda gestacional. As manifestações clínicas do LES, além de estarem associadas a um resultado gestacional adverso, podem mimetizar complicações obstétricas e dificultar a adequada assistência prestada para a gestante. O objetivo desta tese foi avaliar os desfechos clínicos maternos em uma coorte de gestantes com lúpus eritematoso sistêmico, com maior enfoque nas manifestações neurológicas e renais, e analisar o uso de fatores angiogênicos (VEGF, PlGF) e antiangiogênicos (sFlt-1) no diagnóstico diferencial entre nefrite do LES e pré-eclâmpsia. No estudo 1, apenas um pequeno número de pacientes apresentou doença neurológica ativa durante a gravidez, sendo que a alta incidência de PE e prematuridade estava diretamente relacionada com a manifestação renal concomitante. O estudo 2 avaliou o impacto das diferentes classes de nefrite nos resultados gestacionais maternos e fetais. Concluiu-se que as gestantes com nefrite proliferativa (classes III/IV) apresentaram com maior frequência atividade da doença durante a gestação, doença ativa contínua durante a gravidez e o puerpério, hospitalização, cesariana e PE em comparação com pacientes sem nefrite, inclusive com maior morbidade fetal em comparação com gestantes com nefrite não proliferativa (classes II e V). No estudo 3, foi feita a análise dos níveis séricos de fatores angiogênicos (VEGF, PlGF) e antiangiogênicos (sFlt-1) em gestantes com LES e doença inativa, doença renal ativa e PE. Foi demonstrado que as gestantes com LES que desenvolvem PE apresentaram elevação do sFlt-1 e queda do PlGF, ambos estatisticamente significativos, da mesma forma que pacientes com PE sem LES. As pacientes com nefrite ativa apresentaram elevação do VEGF em comparação com os outros dois grupos, o que sugere o potencial uso destes marcadores na prática clínica para diferenciação entre PE e nefrite lúpica.