“Não sorria. Estamos em guerra”: política do medo, imaginário autoritário e bolsonarismo no Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Gonçalves, Lara Sartorio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Estudos Sociais e Políticos
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Sociologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20106
Resumo: A presente tese busca examinar, a partir de um olhar sócio histórico, de que forma o medo é instrumentalizado pela extrema-direita para se fortalecer enquanto campo político e justificar práticas autoritárias. O medo é entendido como um afeto político ambivalente, que se expressa como vetor dinâmico de constituição de vínculos sociais, bem como formador de um processo de subjetivação autoritária, que legitima exclusões sociopolíticas e animosidades. As discussões teóricas e a pesquisa empírica da tese buscam analisar os dispositivos e vetores que produzem o medo enquanto ancoragem sócio existencial. Para isso, realizou-se ao longo de três anos uma ampla “observação encoberta” em grupos de WhatsApp de apoio a Jair Bolsonaro, além de acompanhamento cotidiano do acampamento bolsonarista no quartel-general Palácio Duque de Caxias. A tese articula um debate fronteiriço entre a teoria social, a filosofia, a psicanálise e a sociologia urbana, que, com respaldo empírico, discute de maneira abrangente a política do medo como impulsionadora do fenômeno do bolsonarismo, em suas diversas facetas, a partir do contexto contemporâneo do Brasil e, mais especificamente, do Rio de Janeiro. Os resultados de pesquisa sugerem saídas que incidem de maneira predicativa nos sujeitos, na desconfiança das imagens e estéticas estabelecidas e nos vínculos sociais ancorados em laços comunitários – em contraposição à racionalidade do medo. Observa-se, igualmente, a profunda relação da política do medo com tendências societárias contemporâneas, como o sentido da urgência, a digitalização e a individualização.