Índios na cidade do capital: indígenas em contexto urbano na cidade do Rio de Janeiro em tempos de barbárie (2012-2017)
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Faculdade de Serviço Social BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Serviço Social |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/15907 |
Resumo: | Nesta tese foi realizada pesquisa bibliográfica e documental sobre a cidade do capital em tempos de barbárie (2012 2017), para a compreensão do contexto urbano da cidade do Rio de Janeiro, bem como a problemática indígena como parte e expressão da questão social na formação social brasileira no contexto urbano. O estudo realizou ainda um levantamento do estado da arte da unidade de análise indígenas em contexto urbano , a discussão das categorias espaço e território, para compreensão desta temática no campo das Políticas Sociais, e entender quais suas implicações e desafios na atualidade em busca de elementos do Direito à Cidade. Realizou entrevistas de história oral com três sujeitos indígenas em contexto urbano na cidade do Rio de Janeiro (Twry Pataxó, Anápuáka Muniz Tupinambá Hã-hã-hãe e Cristiane Santos), pertencentes originariamente ao grupo Raízes Históricas Indígenas (Rahis) e vindos de contextos de aldeias e da cidade, com especial atenção sobre as temáticas: moradia, lutas sociais, trabalho e direitos sociais. Os dados resultantes dos depoimentos de história oral em roteiro de perguntas foram analisados à luz da bibliografia elencada e discutida no primeiro capítulo. Na temática das lutas sociais ficaram evidentes a participação dos entrevistados em espaços de construção de políticas públicas e diálogo com outros movimentos sociais, como o movimento negro e religiões por direito, espaço onde a afirmação do ser indígena assume especial destaque nas pautas públicas que se vão construindo ao longo da atuação do grupo Rahis. O trabalho aparece permeado pelo discurso do terceiro setor, fruto da inserção de nossos entrevistados na cidade sob a lógica capitalista, da qual não saem impunes. No tocante aos direitos sociais, esses aparecem para nossos entrevistados ligados às políticas e serviços sociais (Twry e Anápuáka) e sob uma visão liberal de direitos subordinados aos deveres (Cristiane), que são negados a indígenas e trabalhadores nas aldeias e nas cidades, os famosos direitos no papel, mas que, nas manifestações dos indígenas, assume o lugar de lutas sociais para a garantia como direitos, também indígenas. A questão fundiária é um dos elementos centrais que apareceu no debate e, como foi possível apreender dos depoimentos, a luta pela terra e pelos direitos sociais assume também para os indígenas em contexto urbano um lugar de destaque nos conflitos na cidade do Rio de Janeiro, como direito ao solo urbano, na chamada Aldeia Maracanã. A tese que aqui se apresenta é: a chamada questão indígena é parte e expressão da questão social na contemporaneidade e a problemática dos indígenas em contexto urbano, na particularidade da cidade do Rio de Janeiro entre 2012 e 2017, vai muito além de deter um pedaço de terra, para problematizar a presença indígena na cidade do capital e seu reconhecimento como sujeitos que reivindicam políticas e direitos sociais através da resistência e enfrentamento das expressões da questão social. |