Bioinvasão marinha e mudanças na comunidade: Análises de diversidade, caracterização trófica e nicho isotópico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Teixeira, Larissa Marques Pires
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20140
Resumo: A bioinvasão marinha representa um dos impulsionadores diretos de mudanças na natureza com maior impacto global, levando a perda de diversidade biológica e de funções ecossistêmicas. Ainda que as consequências causadas pela introdução de uma espécie exótica invasora (EEI) sejam incertas, elas podem causar efeitos quase imperceptíveis até a completa dominação e deslocamento de comunidades nativas. Os mecanismos por trás do sucesso de uma EEI são determinados tanto por características da espécie como da comunidade, contudo, ainda não existe um consenso a respeito do que torna uma EEI bem-sucedida. O presente trabalho, dividido em 5 capítulos, tem como objetivo principal avaliar o efeito de EEI marinhas na diversidade e estrutura trófica em comunidades bentônicas de costão rochoso e divulgar os conceitos relacionados ao estudo da bioinvasão marinha e da ciência marinha para além da academia. Inicialmente reunimos informações atualmente disponíveis sobre as EE marinhas no Brasil e observamos que entre o período de 1950 a 2010, o número de EE marinhas dobrou pelo menos a cada década, o que mostra que o Brasil deve se empenhar de forma mais eficiente no combate a introdução de EE e utilizar ferramentas mais efetivas, por exemplo, umbanco de dados nacional para monitorar tendências nas introduções EE marinhas. No segundo capítulo, nós usamos a abordagem de ajuste e seleção de modelos de distribuição de abundância de espécies, índices de diversidade taxonômica e índices de diversidade funcional baseados em matrizes de agrupamento hierárquico para avaliar os efeitos de quatro espécies marinhas invasoras na diversidade biológica e funcional em costões rochosos ao longo do litoral do estado do Rio de Janeiro. Consideramos que os índices de diversidade taxonômica e funcional são ferramentas úteis para identificar processos que determinam a diversidade biológica, contudo, as características funcionais das espécies refletiram melhor o número e a biomassa de EEI. No terceiro capítulo, utilizamos valores de δ13C e δ15N e métricas de nicho isotópico para investigaras relações tróficas em costões rochosos invadidos pelos corais Tubastraea tagusensis e T. coccinea. Ambos se revelaram competidores alimentares de sucesso que ocupam um nicho específico dentro do nicho ocupado por outras espécies funcionalmente equivalentes Ainda utilizando análise de δ13C e δ15N, no quarto capítulo nós fornecemos a primeira caracterização de uma teia trófica em um costão rochoso de uma área invadida pelo coral mole invasor Sansibia sp., corroborando observações documentadas em campo de um possível predador, também identificamos mudanças desde o último levantamento realizado em 2017 (ano de introdução) e um aumento na abundância e distribuição da EEI para áreas mais favoráveis. O quinto e último capítulo representa um trabalho de extensão universitária desenvolvido em paralelo ao projeto de doutorado onde analisamos diferentes dimensões de atuação do projeto e a resposta daqueles que participaram das oficinas, mostrando a importância de levar informações e debates restritos á academia para além da universidade