“Professora, e se eu fosse branco?” Usos do biográfico por uma educação antirracista

• Ano de defesa: 2022
• Autor(a) principal: Silva, Manoela Bernardino da
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Formação de Professores; Brasil; UERJ; Programa de Pós-Graduação em Ensino de História (PROFHISTORIA)
• Palavras-chave em Português: Uses of the biographical; History teaching; Post-abolition; Tia Ciata; Hemetério dos Santos; Usos do biográfico; Ensino de história; Pós-abolição; CIENCIAS HUMANAS::HISTORIA
• Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20716

Neste estudo, refletimos sobre os usos do biográfico como uma ferramenta interessante para visibilizar a agência da população negra na história. As reflexões feitas aqui tiveram como mote a fala do meu aluno negro "J”, em que manifesta o desejo de experimentar ser branco. A partir das inquietações suscitadas por esse episódio, refletimos sobre a demanda do movimento negro por uma reavaliação do papel do negro na história e sobre qual abordagem das histórias de vida pode ser mais adequada para promover um ensino de história antirracista. Os sujeitos tematizados são Tia Ciata, importante tia baiana que contribuiu para a formação do samba carioca no início do século XX, e professor Hemetério dos Santos, intelectual negro que travou embates públicos contra o racismo científico. Suas vidas se inserem no contexto histórico do pós-abolição e da Primeira República. Ambos, sujeitos negros que agiram mediante as estruturas racistas do seu tempo, enfrentando-as cada um à sua maneira e inventando uma vida com dignidade para si e seus semelhantes. Faz parte ainda desse trabalho uma análise do caminho percorrido para a construção da proposição didática. Como resultado dessas reflexões, produzimos um conjunto de oficinas didáticas sobre esses personagens históricos para que sejam utilizadas por docentes do ensino básico.