Efeitos de bloqueadores do receptor AT1 no adipócito e na ilhota pancreática: benefícios morfofuncionais em modelo murino de obesidade induzida por dieta

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Nunes, Francielle Graus Frazão
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Biologia Humana e Experimental
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/7796
Resumo: O presente estudo teve como objetivo avaliar os bloqueadores do receptor AT1 quanto a formação de adipócitos bege, remodelamento de adipócitos no tecido adiposo branco subcutâneo com foco na expressão de genes termogênicos; e os efeitos da lonsartana (um BRA puro) e telmisartana (BRA dual, agonista parcial PPAR-gama), com enfoque no remodelamento das ilhotas, na detecção de glicose através da via Akt-FOXO1 e PDX1 em um modelo de obesidade induzido por dieta. Camundongos C57BL / 6 foram alimentados com uma comida controle (C, 10% de energia de lipídios) ou uma dieta rica em gordura (HF, 50% de energia de lípidos) por 10 semanas. Então, o tratamento foi iniciado com Telmisartana (T) ou Losartana (L), formando os seguintes grupos: C, C-L, C-T, HF, HF-L e HF-T. O tratamento durou 5 semanas. Os grupos Pair feeding (PF) foram realizados com grupos tratados com telmisartana (C-T/PF e HF-T/PF) para isolar os efeitos do tratamento. As abordagens bioquímicas, morfométricas, estereológicas e moleculares foram utilizadas para avaliar os resultados. As diferenças entre os grupos foram testadas com ANOVA de um fator e pós teste de Holm-Sidak. A dieta HF provocou excesso de peso, resistência à insulina, hipertensão, hipertrofia de adipócitos, aumento das massas de células alfa e beta. Apesar de abordar a maioria das alterações, a losartana não reduziu a glicemia de jejum como fez a telmisartana. No tecido adiposo, o grupo HF-L apresentou maior gasto energético entre os grupos, juntamente com a presença de adipócitos multiloculares positivos para UCP1 com níveis aumentados de mRNA de PGC1-alfa e PRDM16, indicando um potencial significativo para biogênese mitocondrial e termogênese adaptativa, além da indução de adipócitos bege dentro da gordura subcutânea. Os níveis adequados de insulina e a estrutura preservada do pâncreas endócrino estão correlacionados ao funcionamento adequado da via AKT-FOXO1 em animais HF-L. Por outro lado, a telmisartan produziu uma melhora da expressão de PDX1 e GLP-1 na ilhota, juntamente com níveis maiores de GLP-1, com conseqüente melhoria da detecção e absorção de glicose pelas ilhotas. Uma maior vascularização da ilhota, juntamente com a apoptose reduzida e infiltração de macrófagos, parece estar subjacente aos achados benéficos em ambos os tratamentos. Nossos resultados mostram evidências convincentes de que a losartana respondeu a obesidade induzida pela dieta em camundongos, aumentando o gasto de energia através da indução de adipócitos bege. A massa corporal reduzida, o aumento da sensibilidade à insulina, a diminuição do tamanho dos adipócitos e a expressão de UCP1 por adipócitos multiloculares ectópicos apoiam esses achados. O uso da losartana como um medicamento coadjuvante para combater a obesidade e seus distúrbios relacionados merece uma investigação mais aprofundada. Outros efeitos de telmisartana incluem restauração da massa corporal, sem influência da ingestão energética, juntamente com glicemia normal, no entanto, ambos os BRAs produziram redução da apoptose e preservação das ilhotas.