Las madres de Plaza de Mayo: à memória do sangue, o legado ao revés
Ano de defesa: | 2009 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/6125 |
Resumo: | O contexto da Argentina da década de setenta é o cenário de personagens e narrativas que emergem do medo e permanecem, até os dias atuais, em posições de resistência e enfrentamento. Nessa paisagem marcada pela opressão do Estado militar, nascem as Madres de Plaza de Mayo, originadas pela tragédia do desaparecimento forçado de seus filhos. Investidas pela maternidade, elas rompem com a esfera privada para desestabilizar a esfera pública e questionar a memória de um país maculado pelo silenciamento, alcançando um protagonismo viável à reelaboração da dor, em mais de três décadas de luta em defesa de seus filhos. Paralelo às performances na Plaza de Mayo, elas esboçam um intento literário e publicam, durante a ditadura militar, seus primeiros poemas. O desejo anunciado de um encontro com a literatura ganha força no projeto das oficinas literárias, do qual são produzidos cinco livros, restando também um material inédito que servirá de base para publicações futuras. O encontro com a ficção viabiliza um processo narrativo empreendido rumo à reconstrução biográfica do ser responsável pelo nascimento do ator político Madre, quem se torna personagem de si mesma, recriando-se na escritura e propondo novos olhares à memória, ao testemunho. A reelaboração do trauma e o surgimento de uma discursividade capaz de ressignificar a ausência compõem os principais elementos desses textos. Em analogia a personagens como Antígona (de Sófocles), Hécuba (de Eurípides) e Pelagea Wlassowa (de Gorki- Brecht), elas confirmam uma postura de enfrentamento e se projetam como herdeiras de uma linhagem de mulheres que convulsionaram o público, a partir da entoação de um páthos coletivo. Em devoção aos seus desaparecidos insepultos, as Madres recriam um legado ao revés, presente na escritura e na reinvenção de personagens que encontram o caminho da sobrevivência na memória do filho |