Autoria e produção de sentidos na escola a partir da perspectiva discursiva de ensino de língua

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Alegria, Andréa Costa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Formação de Professores
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20234
Resumo: Este estudo buscou desenvolver atividades de leitura e produção de textos na sala de aula de ensino fundamental como práticas sociais, que constituiram um corpus discursivo em que foi possível analisar traços de autoria por parte dos alunos. O pressuposto é que o funcionamento material da língua não seja somente linguístico, mas vinculado ao social e ao modo de produção dos processos discursivos. A premissa mais representativa quanto a isso, segundo Pêcheux (1988), é que o sentido estrito de um texto não existe somente em si, ele é definido pelas posições ideológicas desenvolvidas no processo sócio-histórico de sua produção. Ou seja, esse discurso vem da memória exposta aos efeitos dos acontecimentos sócio-históricos, o que a torna suscetível a regularizações e desregularizações enunciativas concomitantes e os sentidos entram em um processo de constante re-atualização. Além disso, pretende-se analisar como, quando e se acontece autoria nos textos de estudantes do ensino fundamental 2 em práticas de leitura e escrita, além de apreender os sentidos decorrentes da articulação entre os enunciados, tanto na escrita como na leitura. A proposta é enfatizar os efeitos que a Análise do Discurso pode produzir no trabalho docente e, consequentemente, nas atividades de leitura e escrita realizadas na escola. Os contos populares de origem indígena e afro-brasileiros foram o ponto de partida, como uma forma de resgatar saberes e valores silenciados em relação a esses povos ao longo dos tempos, quando os não indígenas e os não africanos se distanciaram desses saberes, que se revelam em diferentes materialidades discursivas e como esses discursos ressoam na escola. A partir do arquivo formado com os textos dos alunos, formou-se o corpus discursivo. O corpus discursivo foi estendido pelas atividades de leitura oral dos textos produzidos em rodas de leituras semanais com turmas do oitavo ano, constituindo um repositório de leituras. Durante processo, os alunos leram contos, lendas, mitos indígenas e afro-brasileiros, de autores diversos, construíram um repertório de leituras, formando um arquivo pedagógico, o que serviu de base para a atividade de leitura e de produção dos textos que produziram. A análise do corpus discursivo, de caráter descritivo-interpretativo, fundamentou-se na abordagem teórico-metodológica da Análise do Discurso materialista, especialmente nos seguintes conceitos: (1) o papel da memória na produção discursiva do sentido (PÊCHEUX, 1999), (2) nas reflexões de Mariani (2016a, 2016b) sobre a língua e a diversidade linguístico-social, nos estudos de Orlandi e outros pesquisadores sobre as práticas de leitura, escrita e autoria (INDURSKY, 2001, 2010, 2011a, 2019; LAGAZZI-RODRIGUES, 2017; ORLANDI, 1987, 1999, 2017).