A participação dos médicos-patologistas na Rede de Atenção ao Câncer: formação e mercado de trabalho.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Gomes, Fátima Meirelles Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/4778
Resumo: O presente estudo tem como foco a força de trabalho em saúde (FTS), com ênfase no médico especialista em Patologia, e a sua participação na Rede de Atenção ao Câncer, sendo dois eixos de análise: formação (Residência Médica) e mercado de trabalho. As justificativas relacionadas ao desenvolvimento deste estudo estão assentadas em alguns argumentos: a magnitude epidemiológica, econômica, social e política do câncer no Brasil e a crise da FTS no Brasil e no mundo. O principal objetivo deste trabalho é analisar as características da formação e do mercado de trabalho dos médicos-patologistas no Brasil para a Rede de Atenção ao Câncer. E como objetivos específicos: analisar as normas relativas à especialidade médica em Patologia no Brasil; mapear os médicos-patologistas no Brasil; analisar a situação da Residência Médica em Patologia no Brasil; e analisar o cenário atual e futuro da especialidade médica em Patologia no Brasil. Trata-se de uma pesquisa do tipo descritiva com abordagem quali-quantitativa utilizando a triangulação de métodos (análise documental, levantamento de dados secundários e entrevistas). Os resultados evidenciaram a escassez de médicos-patologistas, fato já reconhecido mundialmente, e que existem lacunas na formação em Patologia (Residência Médica), apresentando um número menor de concluintes dos Programas de Residência Médica em Patologia, assim como uma diminuição das instituições ofertantes dos Programas de Residência Médica em Patologia no país; os locais que tiveram aumento dessa oferta não foram expressivos. O distanciamento do conteúdo da Patologia e do próprio avanço tecnológico da área da Patologia resulta na falta de visibilidade dessa especialidade, tornando-a isolada do contexto contemporâneo e do mercado de trabalho. A tendência é de que os indicadores do Brasil se aproximem cada vez mais dos países da África Oriental com 0,8 médicos-patologistas/100 mil habitantes, um importante deficit de patologistas, e se distancie dos Estados Unidos com 5,7 patologistas/100 mil habitantes, e Espanha com 2,4 patologistas/100 mil habitantes, que já consideram essa especialidade médica escassa. Quanto à natureza jurídica, ao tipo de prestador e ao estabelecimento, o mercado de trabalho desse profissional é representado pelos pequenos, médios e grandes laboratórios, além de hospitais públicos e privados, em todas as Regiões do país, com tendência à terceirização dos Serviços de Anatomia Patológica e Citopatologia para grandes grupos de laboratórios e que, embora favoreçam a economia de escala, incorporam uma lógica flexibilizadora em um processo de desregulamentação do trabalho. Entre as diversas consequências, encontra-se a diminuição da autonomia profissional, além do distanciamento do patologista das equipes médicas e dos outros profissionais de saúde, o que afeta o diagnóstico final.