Produção de detritos no manguezal de Guaratiba (RJ): o papel dos controles bióticos e abióticos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Pereira, Lucas Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Oceanografia
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Oceanografia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20338
Resumo: A produção histórica de serapilheira no manguezal de Guaratiba variou de 8,08 ± 2,08 t.ha-1.ano-1 na transição a 12,15 ± 1,28 t.ha-1.ano-1 na franja, com maiores contribuições de folhas (58-57%), galhos e ramos (11-20%) e propágulos (8-19%). A salinidade da água intersticial variou de 31,3 ± 3,0 na franja a 42,3 ± 5,5 na transição. Análises indicam resposta da serapilheira ao gradiente de inundações pelas marés, devido as diferenças encontradas da produção de serapilheira (F=24,216, p <0,001) e salinidade (F=18,544, p <0,001) entres os tipos fisiográficos; regressões negativas da serapilheira com salinidade (R²=0,2160, p<0,05) e densidade de troncos (R²=0,78, p<0,05); regressões positivas da serapilheira com os parâmetros estruturais DAP médio (R²=0,84, p<0,001) e altura média (R²=0,83, p<0,001). A produção de folhas mostrou-se dependente da área basal e biomassa foliar (R²=0,69, p<0,001). A produção mensal apresentou padrão sazonal de altas produções no verão (3,14-6,37 g.m-².dia-¹) e baixas no inverno (1,32-2,12 g.m-².dia-¹). Foram identificadas tendências significativas de aumento da produção ao longo de tempo de folhas, flores, propágulos e estípulas, e diminuição de galhos e ramos, que variam conforme os tipos fisiográficos. Correlações significativas positivas entre a serapilheira e variáveis climatológicas temperatura do ar, precipitação, radiação e evapotranspiração potencial foram identificadas. Através da análise de ondaleta foram identificados ciclos de 12, 6-8,5-6 e 4-5 meses, com predominância de ciclo sazonal em toda série na franja e bacia. A praga de lagartas entre 2009/2010 afetou diretamente A. schaueriana, com redução da produção de folhas na serapilheira variando de 43-86% de 2009 até o ápice de desfolhação (2011) com redução do impacto ao longo dos tipos fisiográficos, com maiores efeitos na transição. Na franja e bacia, de 2009 a 2011, L. racemosa apesentou redução de 52 e 67% de folhas, respectivamente, e aumento de 30% na transição. R. mangle aumento em 7% a produção de folhas na bacia, tornou-se presente na transição e reduziu em 25% na franja. O tempo de regeneração de A. schaueriana foi de 8 anos. Os resultados ainda refletem o efeito do processo seletivo de desfolhação severa sobre a dinâmica e sucessão ecológica das florestas de mangue.