Avaliação do ambiente educacional a partir da percepção do discente de Medicina em uma instituição pública do Estado do Rio de Janeiro
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/8648 |
Resumo: | O ambiente educacional (AE) do ensino médico é definido como o conjunto de fatores de natureza material e afetiva que permeia o tripé formado pela instituição de ensino, pelo professor e, em especial, pelo educando. Fatores físicos, psicológicos, sociais, pedagógicos e tecnológicos contribuem de forma intrínseca no êxito do processo ensino-aprendizagem e são a resultante da dinâmica salutar dos três pilares do AE. Um ambiente saudável resulta em uma aprendizagem de qualidade e, consequentemente, em um profissional com maior nível de competência e satisfação em relação à carreira escolhida. Analisar o ambiente educacional de uma escola de medicina na visão de seus discentes e pesquisar a presença de associação entre as variáveis sociodemográficas dos discentes e suas percepções a respeito do processo de ensino-aprendizagem, dos docentes, dos resultados acadêmicos, do ambiente geral de ensino e das relações sociais associados. Trata-se de um estudo observacional de corte transversal com estudantes de medicina de 4 diferentes períodos do curso. Foram utilizados dois instrumentos de coleta de dados: o DREEM, questionário específico de avaliação de AE médico, e um questionário sociodemográfico. Os dados foram coletados em junho e em dezembro de 2017 em uma universidade pública do Estado do Rio de Janeiro e analisados por meio dos programas estatísticos R versão i386 3.5.0 e R Studio, utilizando-se de teste de hipóteses e de análise de variância e testes de significância estatística. Participaram 210 estudantes , sendo 80 do 1º período do curso, 43 do 4º, 44 do 9º e 43 do 12º período. A média da pontuação geral do DREEM revelou que os estudantes possuem uma visão mais positiva que negativa do AE de uma maneira geral. Se destaca a discrepância de resultados encontrados entre os grupos pesquisados. As maiores pontuações foram encontradas no primeiro período (ciclo básico) e as menores no décimo segundo período (internato), indicando que quanto mais avança no curso médico, mais negativa se torna a visão do discente a respeito do ambiente educacional. A percepção a respeito do ambiente e das relações sociais foi negativa nos quatro grupos, evidenciando um ponto crítico a ser considerado. As estudantes do sexo feminino, os de cor branca, e os que moravam fora do Rio de Janeiro antes de cursarem a EMC percebem o AE de forma mais negativa. A percepção do AE pelos estudantes que ingressaram pelo sistema de cotas raciais ou sociais e os que não ingressaram pelo sistema de cotas foi semelhante. Os estudantes de baixa renda percebem o AE de forma mais positiva. A análise do ambiente educacional com o DREEM permitiu salientar os pontos fortes que carecem de maior valorização, pontos fracos que necessitam de intervenção, e, principalmente, a insatisfação e o desencanto dos estudantes com relação aos modelos tradicionais flexnerianos. Estudantes de baixa renda e autodeclarados não brancos parecem relevar problemas e situações negativas do AE, enquanto as estudantes do sexo feminino são mais críticas e mais exigentes. Os resultados encontrados revelam que o ensino centrado no professor é um fator desfavorável no AE e desestimula a progressiva autonomia intelectual e profissional preconizadas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais vigentes. |