A construção da medida comum: A construção da medida comum: estatística e política de polupação no Império e na Primeira República

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Camargo, Alexandre de Paiva Rio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Estudos Sociais e Políticos
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Sociologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/15523
Resumo: A presente investigação de sociologia histórica examina o processo de emergência de uma política de população no Brasil, situando-a em relação às experiências dos países liberais e pós-coloniais. Baseando-se, principalmente, nos estudos sobre a governamentalidade (Foucault), além de autores que pensaram a interdependência social e a pacificação interna como dimensões da centralização do Estado (Norbert Elias) e do monitoramento populacional (Anthony Giddens), a tese procura realizar uma genealogia do Estado, que permite revelar diferentes formas de conceber a população e de produzir e utilizar as estatísticas. A estatística será aqui tomada como tecido material e campo visual do que pode (ou não) ser problematizado pela racionalidade política. Para tanto, recorrer-se a censos gerais, anuários, relatórios ministeriais, legislação e artigos de imprensa, com o fim de mapear os deslocamentos no padrão de codificação e apresentação das informações demográficas, especialmente as de saúde, instrução e ocupação, que encarnam a noção de social, gradualmente delineada como espaço de governo, entre o Império e a Primeira República. O recorte temporal está assim delimitado, porque foi na sociedade escravista e internamente diferenciada do Segundo Reinado que se fixou o desejo às convenções de equivalência. Difundidas pelo internacionalismo científico e estatístico durante a segunda metade do século XIX, estas serão incorporadas como meio de mensurar e comparar o progresso das nações civilizadas, especialmente em indicadores de educação, imigração e industrialização. Assume como hipótese central que a transformação da concepção de população ocorre no bojo da revolução pasteuriana, através da epistemologia "democrática" das moléstias, que equaliza corpos e sujeitos doentes diante dos fenômenos vitais, instaurando um programa de prevenção e reforma das condutas no interior da razão governamental. Entende que o movimento nacionalista dos anos 1910 e 1920 desdobra esta tendência, trazendo novas possibilidades de uso inferencial dos dados oficiais. A partir das campanhas de saneamento e de combate ao analfabetismo, a dimensão nacional será construída prefigurando a estatística normativa, aquela que se apresenta como referente comum para aa ação coletiva.