Plantas alimentícias: diversidade e memórias dos estudantes do ensino médio de uma escola pública do município de Magé (RJ) e suas famílias
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Formação de Professores Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências, Ambiente e Sociedade |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/23183 |
Resumo: | Como ambiente de ensino-aprendizagem, a escola deve proporcionar o desenvolvimento do estudante diante do espaço multicultural em que está inserido, articulando os temas que são discutidos em sala de aula com as suas vivências. Nesse sentido, a interação entre os saberes escolares e dos estudantes e seus familiares são essenciais. A escola tem a possibilidade de dialogar sobre a importância do consumo dos alimentos saudáveis e culturais, dentre eles os vegetais (plantas). O estudo tem como objetivo principal analisar o conhecimento e o uso que os estudantes do ensino médio e suas famílias possuem sobre plantas alimentícias. A pesquisa foi realizada com estudantes do 1º e 2º ano do período noturno do ensino médio regular de uma escola estadual localizada no município de Magé, região metropolitana do estado do Rio de Janeiro. Para a coleta de dados foi empregada a observação participante plena. Foram realizadas entrevistas estruturadas utilizando um questionário com perguntas abertas e fechadas. Durante a execução da pesquisa, foi empregado o uso das notas de campo. Inicialmente foi construída uma lista livre com todos os nomes populares de plantas alimentícias citadas pelos estudantes, que foram classificadas quanto a sua fonte, consumo e origem geográfica. Como atividade clímax, foi realizada uma exposição e degustação de receitas produzidas pelos estudantes e seus familiares utilizando PANC (Plantas alimentícias não convencionais). Os estudantes citaram 78 plantas alimentícias, sendo 78,2% de espécies exóticas. O hábito de cultivar em quintais é praticado por 77,42% dos estudantes e seus familiares, e tem por finalidade consumir o que for colhido. A maioria dos estudantes (80,65%) desconhecem os hábitos alimentares de seus antepassados e, 67.74% consideram que a sua alimentação é diferente daquela que seus pais e avós consumiam. No entanto, os estudantes têm a percepção de que a alimentação deles era mais saudável, e alegam que isso se deve a maior diversidade de vegetais cultivados e consumidos por eles. Do total, 67,74% dos estudantes desconheciam o termo PANC. Poucos estudantes (29,03%) citaram PANC utilizadas em receitas culinárias por seus familiares. Para a degustação na escola, os estudantes levaram 14 pratos preparados com receitas que utilizaram a casca, a folha, a semente e o fruto de oito espécies de plantas. A diversidade alimentar disponível no ambiente em que o estudante vive, reconhecendo e valorizando os saberes familiares de seus antepassados e formas de alimentação dos mesmos, tem o potencial de agregar conhecimento e possibilidades de cultivo e consumo das plantas, gerando, também, a oportunidade de variabilidade ao cardápio, ampliando o paladar e a nutrição. O resultado reflete a necessidade de difundir a diversidade alimentar disponível no ambiente em que o estudante vive, reconhecendo e valorizando os saberes familiares de seus antepassados e formas de alimentação dos mesmos e o potencial de agregar conhecimento e possibilidades de cultivo e consumo das plantas, gerando, também, a oportunidade de variabilidade ao cardápio, ampliando o paladar e a nutrição. |