Bacia de Coimbra (Portugal): Anatomia de uma bacia pós-Variscana a partir de dados de campo e modelagem física
Ano de defesa: | 2015 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Geologia BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Análise de Bacias e Faixas Móveis |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/7021 |
Resumo: | Este trabalho objectivou o entendimento da evolução geodinâmica triássica da Fm. Conraria, basal e da Fm. Castelo Viegas, superior. Para tal realizou-se um levantamento de dados de campo e consequente interpretação da litológica e estrutural, não apenas onde o Triássico se encontra depositado como, também, no embasamento adjacente. Observou-se que a Fm. Conraria se depositou num sistema aluvial entrelaçado com lençóis de cascalho e com deposição de sedimentos em fluxos gravitacionais. Foram interpretadas quatro associações litofáciologicas, porém a interdigitação das fácies inviabiliza a sub-divisão cronoestratigráfica desta formação sem datações absolutas. A falhas sinsedimentares da Fm. Conraria concentram-se em três conjuntos, do mais frequente ao mais raro: falhas orientadas NW-SE; falhas NNE-SSW, e; WNW-ESE. Objectivando aumentar o grau de fiabilidade o cálculo do campo de tensões foi realizado independentemente para cada um dos dois conjuntos principais de falhas. Assim, observou-se que as falhas NW-SE foram formadas por um campo de tensões transtensivo com σ3 orientado NE-SW. O conjunto NNE-SSW foi formado em regime, também, transtensivo, porém σ3 encontra-se orientado para WNW-ESE. A Fm. Castelo Viegas foi depositada num ambiente de planície aluvionar com cursos de água meandriformes. Comparativamente com a Fm. Conraria, nesta unidade as falhas sinsedimentares são mais incomuns, concentrando-se num conjunto NNW-SSE. O cálculo do campo de tensões indica um regime distensivo direcional, com σ3 orientado para ENE-WSW. Numa segunda fase, foram realizados experimentos de modelagem física visando compreender os modelos geodinâmicos da fase anterior. Nestes experimentos consideraram-se dois fatores controladores da geometria das falhas sinsedimentares: direção da abertura e; geometria das estruturas pré-existentes. Realizaram-se quatro séries experimentais variando estes dois fatores objetivando gerar estruturas de geometria próxima às registradas em campo. Na série com duas zonas de fraqueza pretéritas análogas à Falha Porto-Tomar (N170º) e à Falha da Nazaré (N40º), obsevou-se que, com a distensão para N230º, originam-se três conjuntos principais de falhas com arquitetura idêntica àquela observada na natureza,. Nestes experimentos (distensão=N230º) registrou-se a formação de um graben principal, orientado paralelamente à zona de fraqueza N170º, este graben é circunscrito por falhas NNW-SSE de traço longo e rectílineo. No interior deste graben desenvolvem-se falhas en echelon, aproximadamente, perpendiculares à direção da distensão experimentada. Estas falhas en echelon segmentam as margens do graben principal, originando hemi-grabens separados por rampas de revezamento. O terceiro conjunto de falhas, orientado NNE-SSW, forma-se sobre a zona de fraqueza pretérita N40º, estas limitam grabens relativamente estreitos e assimétricos, separados por zonas de acomodação. Os dados desta tese indicam que a Fm. Conraria se depositou numa bacia pós-orogênica, denominada nesta tese de Bacia de Coimbra. Esta bacia é composta por um arranjo complexo de grabens limitados por falhas NW-SE ou NNW-SSE, que se unem a falhas maiores NNE-SSW. A tectônica que originou esta bacia está relacionada com o colapso do orógeno Variscano, diferenciando-se em magnitude, área de abrangência, campo de tensões e regime tectônico daquela que, posteriormente, originou a Bacia Lusitânica. Por sua vez, a Fm. Castelo Viegas foi depositada num período transicional entre as tectônicas da Bacia de Coimbra e da Bacia Lusitânica |