As representações sociais de cotas para negros por egressos do curso de graduação em enfermagem de universidades públicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Carvalho, Renata dos Anjos Correa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Enfermagem
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Enfermagem
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/21745
Resumo: Tese que possui como objeto “As representações sociais de cotas para negros por egressos dos cursos de graduação em enfermagem: saberes e práticas” e os seguintes objetivos: Analisar as representações sociais de cotas para negros de egressos do curso de graduação em enfermagem de universidades públicas; Descrever as influências das representações sociais de cotas para negros sobre a trajetória acadêmica dos egressos negros; Discutir as repercussões que o usufruto das cotas para negros trouxe para a trajetória profissional dos egressos negros, à luz de suas representações sociais. Estudo qualitativo, descritivo e exploratório a luz da Teoria das Representações Sociais, realizado em duas universidades públicas situadas no município do Rio de Janeiro com 25 egressos dos cursos de graduação em enfermagem. Trabalhou-se com a técnica de entrevista, sendo utilizado um instrumento para o registro das características dos participantes e um roteiro com perguntas abertas sobre objeto de estudo. As entrevistas foram realizadas mediante mídia digital (áudio) após autorização do estudo pelo Comitê de Ética (parecer nº 5.532.487), e posteriormente a análise de conteúdo temática. Os resultados mostraram que para os participantes as representações sociais de cotas para negros têm como elementos: uma política de acesso ao ensino superior, reparação social e visibilidade da população negra justificadas em razão do racismo estrutural e da desigualdade racial no ensino superior, ainda presentes na sociedade brasileira. Tais representações ao serem elaboradas pelos egressos reportam ao conhecimento e práticas e/ou posicionamentos ao considerar o grupo de pertença e as vivências dentro e fora da universidade, sendo as mesmas atravessadas por dimensões históricas, políticas, sociais, econômicas e culturais. Na enfermagem a obtenção do diploma universitário pelos cotistas negros impactou positivamente na vida profissional com a inserção no mercado de trabalho, mobilidade social, satisfação pessoal e profissional. Na visão dos participantes, persiste problemas relacionados ao racismo estrutural no ambiente de trabalho em que se observa tratamentos e/ou oportunidades diferenciadas dirigidos aos enfermeiros negros em sua trajetória profissional, o que contribui para a insatisfação, desmotivação e problemas de saúde mental entre os profissionais de enfermagem negros. Conclui-se que as representações sociais de cotas para negros elaboradas pelos egressos remetem a saberes e práticas que confluem para ações afirmativas relevantes com influência na trajetória acadêmica e profissional dos enfermeiros. Tais representações possibilitam acessar a organização do pensamento social dos egressos de enfermagem acerca das cotas para negros possuindo potência para ajudar na compreensão da dinâmica existente na realidade social das pessoas negras e subsidiar o debate sobre as políticas de assistência estudantil e sua importância na adoção de práticas antirracistas na universidade e no ambiente de trabalho. Deste modo, ratifica-se a atualidade do objeto de estudo e suas contribuições para a permanente discussão acerca da importância das políticas afirmativas e/ou inclusivas em termos de ingresso, permanência e conclusão do curso de graduação pelos cotistas negros, e o entendimento de como as práticas discriminatórias impactam na construção da identidade profissional e na saúde mental dos enfermeiros negros.