Impacto da exposição domiciliar ao tabaco e da composição familiar sobre a precocidade de uso de tabaco e álcool em adolescentes brasileiros
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso embargado |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social Hesio Cordeiro Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18545 |
Resumo: | O uso precoce de tabaco e álcool associa-se à maior morbimortalidade e manutenção desse consumo na vida adulta. Esta tese investiga o papel de fatores domiciliares e familiares sobre o início precoce do uso dessas substâncias entre adolescentes. Os dados analisados são do Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (ERICA), que investigou 74.589 adolescentes de escolas públicas e privadas, com idades entre 12 e 17 anos, residentes de 124 municípios com mais de 100 mil habitantes no país. O primeiro manuscrito teve como objetivo estimar o efeito da presença de fumantes no domicílio sobre o início mais precoce de tabagismo entre adolescentes. O segundo manuscrito teve como objetivo estimar o efeito da composição familiar sobre o início mais precoce de tabagismo e do uso de álcool entre adolescentes. Em ambas as análises foram usados Modelos de Regressão de Cox não ajustados e ajustados por um conjunto de variáveis com intuito de controlar vieses de confundimento. Os Hazard Ratios estimados no manuscrito 1 mostraram um aumento de 51% (IC95%: 31%-65%) na chance de um adolescente não fumante e exposto ao tabaco em casa começar a fumar mais precocemente do que aquele que não convivia com tabagistas no domicílio. Nos resultados do segundo manuscrito observou-se uma influência importante da composição familiar sobre a precocidade de início do uso de tabaco e álcool entre adolescentes. Segundo os Hazard Ratios estimados, houve um aumento de 68% (IC95%: 50%-89%) na chance de um adolescente não fumante que não residia com ambos os pais iniciar o uso de tabaco antes de um adolescente que residia com pai e mãe. Quanto àqueles que residiam apenas com a mãe ou apenas com o pai, esse aumento foi de 46% (IC95%: 32%-60%) e 54% (IC95%: 28%-84%), respectivamente. Em relação ao início do consumo de bebidas alcoólicas, observou-se um aumento de 35% (IC95%: 21%-52%) na chance de um adolescente que não bebe e não reside com pai e mãe de iniciar o uso de álcool mais precocemente do que aqueles que residiam com ambos os pais. Quanto aos adolescentes que residiam apenas com a mãe ou apenas com o pai, esse aumento foi de 22% (IC95%: 17%-28%) e 36% (IC95%: 24%-50%), respectivamente. O terceiro manuscrito teve como objetivo investigar o uso conjunto de tabaco e álcool através de análises de coocorrência e de agrupamento, assim como descrever a relação temporal do início do uso das duas substâncias entre adolescentes tabagistas e usuários de álcool. Para a análise de agrupamento foram obtidas razões entre os valores observados (O) e esperados (E) de uso de tabaco e álcool. Na amostra total a razão O/E foi 3,51 (IC95%: 3,39-3,65) indicando o agrupamento do uso dessas substâncias. Já a Razão de Chances de Prevalência foi de 14,7 (IC95%: 12,4-17,4). A maior parte dos usuários (45,2%) de ambas as substâncias iniciou pelo uso de álcool. Nossos resultados reforçam as propostas de que ações preventivas não devem estar focadas em cada droga isoladamente, e devem incluir não só o adolescente, mas também seu universo familiar. |