Reforma e Seletividade: fronteiras das desigualdades no acesso à Universidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Silva, Anderson Paulino da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Estudos Sociais e Políticos
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Sociologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/15512
Resumo: Esta tese trata das mudanças no vestibular da Universidade Federal Fluminense (UFF) ocorridas nos anos 2000. Este período é considerado em função das perspectivas de mobilidade geradas pelo cenário de crescimento econômico, dos debates sobre democratização do ensino superior e o programa de reformas que induziu a expansão de vagas e a implantação de medidas de ação afirmativa nas universidades públicas. A abordagem do tema tem suporte no conceito de estratificação horizontal, que avalia as desigualdades num mesmo nível educacional, despertando atenção para uma consequência possível da elevação das taxas de acesso à Universidade. Neste caso, são enfocadas diferenças entre cursos concebidos hierarquicamente a partir de uma escala de prestígio social elaborada com base na concorrência por vagas. A pesquisa utiliza a base de dados fornecida pela Coordenação de Seleção Acadêmica da UFF (COSEAC), estruturada a partir do questionário sociocultural submetido aos seus candidatos entre 2005 e 2010, quando se intensificaram as mudanças. As informações sobre cor/raça servem de parâmetro principal para as análises, que consideram os efeitos das condições socioeconômicas sobre a participação acadêmica e as escolhas de carreira realizadas pelos estudantes que ingressaram na disputa. Além disso, são empregados modelos logísticos para compreender as mudanças nas chances de transição nas etapas de seleção, que seguem da inscrição no exame à posse da vaga. A conclusão do trabalho aponta para as especificidades das reformas na UFF, marcadas por aumento da inclusão social, sobretudo de estudantes pobres em cursos de menor prestígio, fato que tem implicação com o perfil dos cursos criados e a interiorização de vagas. Associado a isso se destaca o aumento dos efeitos da renda e da matrícula em escolas privadas nos resultados da aprovação para os cursos de maior prestígio, fenômeno este antecipado por escolhas condicionadas pela capacidade cognitiva intermediada por fatores socioeconômicos, com favorecimento dos estudantes brancos.