Dimensões da estratificação horizontal de gênero no ensino superior brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Bernardino, Bianca Souza lattes
Orientador(a): Santos, José Alcides Figueiredo lattes
Banca de defesa: Rivero, Patricia Sonia Silveira lattes, Tavares Júnior , Fernando lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/11657
Resumo: Esta dissertação investiga as dimensões da estratificação horizontal de gênero no ensino superior brasileiro. Entendendo as desigualdades entre homens e mulheres enquanto desigualdades categóricas, observam-se o acesso desigual de gênero em determinadas hierarquias estabelecidas no interior do sistema de ensino superior do Brasil. As hierarquias do ensino superior estão associadas com mecanismos de diferenciação entre as instituições e os diplomas universitários e que têm efeitos em ganhos desiguais no mercado de trabalho. Variáveis de gênero e origem social intervêm nas possibilidades de experimentar o ensino superior, atuando sobre os caminhos e decisões traçados. Foram analisadas em particular como as desigualdades associadas às hierarquias do ensino superior variam conforme as combinações e as interações entre gênero e origem social dos indivíduos. Utilizaram-se os microdados do censo do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) referente ao ciclo dos anos de 2015, 2016 e 2017. A origem social foi mensurada pela educação dos pais e a renda familiar. Estatísticas descritivas retratam em particular a distribuição de gênero entre as hierarquias e segmentações do ensino superior no Brasil. Foram estimadas as probabilidades preditas, com modelos de regressão logística binária, assim como as diferenças absolutas e proporcionais entre as probabilidades de estar em cursos que oferecem possibilidades de maiores retornos econômicos no mercado de trabalho, nas ciências duras e em universidades mais seletas. Além disso, foram analisadas as diferenças regionais na estratificação de gênero em ciências duras e sua relação com a diversificação do sistema de ensino superior. Os resultados revelam haver maior presença feminina em posições subordinadas conforme a hierarquia estabelecida de diferenciação institucional no ensino superior, assim como uma marcante segregação de gênero pelas áreas do conhecimento da educação superior, com desvantagem feminina no acesso às áreas de ciências duras e às carreiras universitárias de maiores ganhos econômicos na organização ocupacional brasileira. As desigualdades de gênero no ensino superior acontecem para todos os grupos de origem social concluindo esta etapa educacional, porém as interações entre origem social e gênero fazem com que as discrepâncias se intensifiquem entre aqueles com desvantagem de origem e se reduzam entre os que possuem vantagens de origem. Nas regiões brasileiras Sul e Sudeste as diferenças de gênero tendem a serem maiores.