Interpretação sísmica dos eventos magmáticos pós-aptianos no alto de Cabo Frio, sudeste do Brasil, gênese e relação com os lineamentos pré-sal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Oreiro, Sérgio Goulart
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Geologia
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Análise de Bacias e Faixas Móveis
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/7000
Resumo: A plataforma continental da área de Cabo Frio, localizada no extremo SW da Bacia de Campos e extremo NW da Bacia de Santos, possui distintas feições em sua evolução tectono -sedimentar quando comparada com outras áreas das referidas bacias. Entre essas feições, destaca-se a presença de falhas antitéticas no embasamento e nas seções sedimentares sin-rifte e pós-rifte, além de eventos magmáticos marcantes no Neocretácio e Eoterciário, com clímax no Eoceno Médio. O presente trabalho mostra uma perspectiva histórica da percepção humana dos fenômenos magmáticos, desde as primeiras teorias míticas e teológicas da antiguidade, até o atual debate entre os que adotam ou não o modelo de plumas mantélicas. Tais informações são necessárias para um melhor entendimento das conclusões aqui apresentadas. A base de dados do presente estudo consiste de análises detalhadas de dados de sísmica, de satélite, de métodos potenciais (magnéticos e gravimétricos) e de poços. Amostras de diques básicos na península de Arraial do Cabo, situada na porção continental mais próxima do limite entre as Bacias de Santos e de Campos, foram coletadas para estudos geocronológicos. O estudo integrado de todos esses dados confirmou o resultado de pesquisas anteriores, as quais identificaram dois eventos magmáticos principais, um no Santoniano/Campaniano (~ 83 Ma) e outro no Eoceno Médio (~ 50 Ma). Há também evidências, em seções sísmicas, de edifícios vulcânicos formados durante o Albiano, o Maastrichtiano e o Paleoceno. As análises de dados de sísmica de relexão e de perfis de poços, na área de estudo, revelaram uma série de feições diagnósticas para eventos magmáticos, incluindo a distinção entre eventos intrusivos dos extrusivos, bem como de intercalações entre os mesmos e seqüências sedimentares epiclásticas. Eventos magmáticos extrusivos podem ser identificados, nas seções sísmicas, como sismofácies caóticas com topos bem definidos e bases mal definidas. Tais sismofácies são interpretadas como o resultado da intercalação de derrames submarinos de lavas com sedimentos epiclásticos e vulcanoclásticos, juntamente com feições de escorregamentos e soleiras rasas. A presença de cones bem delimitados também constitui evidência de magmatismo extrusivo. Diques e derrames de lava são reconhecidos por fortes reflexões positivas com terminações laterais abruptas. Diques mais espessos de diabásio originam zonas com fracas reflexões, delimitadas acima e abaixo por fortes reflexões. Os critérios apresentados nessa tese podem ser aplicados a quaisquer contextos em que haja eventos magmáticos intercalados com seqüências sedimentares. A assinatura sísmica de eventos não- magmáticos é também mostrada; tais eventos correspondem a diferentes feições geológicas que podem ser interpretados por geofísicos e geólogos como sendo de origem magmática. Entre tais eventos, os mais importantes são os evaporitos, os mounds turbidíticos, os vulcões de lama originados por escape de gás e depósitos carbonáticos. Serão apresentadas algumas interpretações para a gênese do magmatismo pós-Aptiano na área em epígrafe, interpretações essas que não levam em conta o modelo clássico de plumas mantélicas. O mapeamento dos principais diques alimentadores, em seções sísmicas 2D e 3D, revelou que tais diques têm uma orientação preferencial SE-NW, coincidente com o alinhamento da Zona de deformações Cruzeiro do Sul, a qual inclui os Montes Submarinos Jean Charcot e as construções vulcânicas no Alto de Cabo Frio e suas cercanias. Tal observação é coerente com as características das falhas de rejeito direcional, preexistentes e reativadas nas áreas continentais próximas, e com a orientação do componente transtensional das mesmas. Além disso, comprova-se que os maiores volumes de rochas magmáticas, intercaladas na seção sedimentar, estão localizados nas áreas de interseção entre duas zonas de falhas com direção SE- NW (falhas de rejeito direcional) e SW-NE (falhas normais). O mesmo acontece com os corpos alcalinos do alinhamento Poços de Caldas-Cabo Frio.