Imagens da alteridade no trabalho docente: enunciação e produção de subjetividade
Ano de defesa: | 2006 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/6968 |
Resumo: | Esta dissertação tem como objetivo, de um ponto de vista enunciativo, discutir os processos de produção de imagens discursivas do trabalho docente, a partir de discursos que circulam na sala de professores, e analisar o mural como dispositivo de produção de disciplinamento do trabalho docente. Como percurso para a apreensão da complexidade relativa ao trabalho docente, optamos pelo deslocamento de imagens classicamente identificadas com esse métier (a interação professor-aluno em sala de aula), procedendo à pesquisa de campo com base em coordenadas de espaço e tempo que privilegiam a sala de professores de uma escola da rede pública estadual do Rio de Janeiro. Identificando o quadro-mural como elemento importante da comunicação entre a administração da escola e os profissionais, bem como entre eles próprios, o elegemos como dispositivo privilegiado de acesso às interações ocorridas em tal espaço. Nosso córpus de análise, portanto, é constituído por textos que foram afixados no mural. Para fundamentar nossa abordagem teórica, partimos do princípio dialógico da linguagem (Bakhtin, 1992; 2000), segundo o qual as práticas linguageiras se constituem pelo primado da interação. Aliada a esse princípio, encontra-se a concepção de prática discursiva de Maingueneau (1997; 2001), que articula, em um movimento de interlegitimação, uma dupla produção: a produção de textos e a produção de uma comunidade discursiva de sustentação desses textos. Valemo-nos ainda das noções de poder, como relação de forças, de saber, como formações (Foucault, 2002; 2004a), e de produção de subjetividade, como processos maquínicos (Guattari & Rolnik, 2005). Em nossas análises, sustentamos a idéia de que o mural pode ser compreendido como um dispositivo de disciplinamento do trabalho docente, explicitando, a partir das noções de gêneros do discurso (Bakhtin, 2000) e cenografia (Maingueneau, 1997; 2001), diferentes níveis de embates em seu funcionamento. Adotando ainda o discurso relatado (Authier-Revuz, 1990) como noção operatória, com ênfase para a forma de discurso narrativizado (Sant Anna, 2004), identificamos, na materialidade discursiva, estratégias de apagamento de saberes / atividades inerentes ao trabalho docente. Como resultados, observamos na produção de imagens discursivas o confronto entre subjetividades individualizadas ou não no interior de agenciamentos coletivos e também a constituição de um espaço discursivo para o trabalho docente destituído de atuação ético-política. |