Gorduras trans e interesterificadas no desenvolvimento da doença hepática gordurosa não-alcoólica em ensaios pré-clínicos com roedores: uma revisão sistemática

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Coutinho, André Almo de Moraes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Nutrição
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Alimentação, Nutrição e Saúde
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17485
Resumo: A doença hepática gordurosa não-alcoólica (DHGNA) é caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura no fígado, que pode comprometer a função deste órgão e progredir para cirrose e carcinoma hepatocelular. Essa condição afeta cerca de 25% da população adulta e sua prevalência crescente constitui um grande problema de saúde pública. Evidências reforçam a ideia de que a dieta tem um papel central na patogênese da DHGNA. Não apenas a quantidade ingerida, mas também o tipo de gordura dietética – incluindo lipídios quimicamente modificados, como as gorduras interesterificadas e trans – podem influenciar o desenvolvimento da doença. Modelos de roedores têm sido amplamente utilizados para se entender a patogênese da DHGNA e mimetizar a doença humana em ensaios pré-clínicos. No entanto, a heterogeneidade das dietas, a pouca atenção direcionada à fonte dos componentes dietéticos e uma falta de padronização podem comprometer a acurácia e interpretação dos achados dos estudos, questionando até mesmo a teoria de que o consumo de lipídios quimicamente modificados está ligado a efeitos deletérios. Assim, avaliamos sistematicamente a literatura pré-clínica examinando a composição das dietas usadas em ensaios com lipídios quimicamente modificados e modelos roedores de DHGNA, e os efeitos dessas intervenções dietéticas. A busca foi conduzida no banco de dados eletrônico MEDLINE em dezembro de 2020. Apenas artigos publicados em inglês após 1993 foram incluídos. Dados foram extraídos de gráficos e tabelas dos estudos incluídos com o uso de um software de digitalização. No total, 2132 artigos foram recuperados; 1042 artigos foram excluídos na primeira fase de seleção, e 1086 na segunda. Um total de 6 estudos foram incluídos na análise. A ausência de intervenções enriquecidas em gordura ou com gorduras quimicamente modificadas, o uso de modelos transgênicos, estudos in vitro, indução química/farmacológica da DHGNA e informações insuficientes sobre a dieta foram critérios de exclusão frequentes. As diferenças mais pronunciadas foram em relação à composição das dietas e ao período de intervenção. Apesar de haver muitos estudos sobre efeitos de dietas hiperlipídicas sobre a esteatose, existe uma lacuna no conhecimento de como a inclusão de gorduras quimicamente modificadas pode influenciar no desenvolvimento de DHGNA, devido a diversas variáveis de confusão. Os achados dos trabalhos pré-clínicos são insuficientes, e a heterogeneidade dos experimentos impede a sumarização das evidências e pode reduzir a validade dos dados em avaliar os efeitos da ingestão de gordura quimicamente modificada no início e na progressão da DHGNA.