Corrupção e justiça restaurativa: horizontes pós-Lava Jato

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Gomes, Murilo Amorim Machado
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Faculdade de Direito
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Direito
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19799
Resumo: A Operação Lava Jato constitui uma aparente novidade no funcionamento do sistema de justiça criminal brasileiro: uma investida persecutória de grandes proporções contra crimes de corrupção praticados por integrantes das elites econômicas e políticas do país. Mas as consequências, em leituras à esquerda e à direita, não são satisfatórias. O objetivo desta pesquisa é buscar formas mais adequadas de se lidar com a corrupção no campo da justiça restaurativa. Como a justiça restaurativa é, hoje, a principal alternativa ao sistema penal mas também possui conteúdo aberto e recebe aportes de diversas correntes de pensamento, a preocupação principal é com os elementos restaurativos que sejam capazes de apontar uma alternativa viável para o tratamento da corrupção. Os impasses a serem superados são descobertos através de uma abordagem dialética das camadas de crise que se relacionam com a problemática escolhida: a correlação entre a Operação Lava Jato e a persistente crise político-institucional brasileira e a falta de demonstração de efetividade da operação para diminuir os índices de corrupção no Brasil ou fortalecer as instituições democráticas; o embricamento de corrupção e modo de produção capitalista e a utilização seletiva e meramente simbólica do direito penal para enfrentamento dos crimes dos poderosos; e, por fim, a crise discursiva do paradigma retributivo, revelada no confisco histórico dos conflitos pelo Estado e no fracasso das teorias legitimantes da pena, e trabalhada sob o conceito de racionalidade penal moderna. A partir dessas premissas, busca-se na literatura produzida sobre a justiça restaurativa as contribuições que apresentam mais claramente uma alternativa imediata ao sistema penal no tratamento da corrupção que seja capaz resolver os problemas identificados e indicar um caminho de superação do paradigma retributivo.