Devastações: destinos para o ilimitado
Ano de defesa: | 2024 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Psicanálise |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/23276 |
Resumo: | A presente tese trata de destinos para a devastação, termo utilizado por Lacan e derivado do que Freud conceituou em seu texto de 1931 sobre a Sexualidade feminina (FREUD, 1931/2018) como a “catástrofe” que recairia sobre a menina quando não há, entre ela e sua mãe, uma suficiente separação através do direcionamento edípico ao pai. Sustentou-se a leitura de que a devastação implica um achado clínico que acomete mais amiudadamente às mulheres, embora não esteja restrita a este gênero. Observa-se que quase sempre desponta no momento em que há perdas amorosas, revelando uma posição subjetiva regida pelo ressentimento diante da falta fálica e, consequentemente, sua recusa. Acompanha-se também uma excessiva demanda ao Outro como se este pudesse lhe fornecer o significante d’A mulher, aquele que não existe para ninguém. A tese buscou responder a alguns questionamentos, dentre eles: (1) por que se associa frequentemente na comunidade psicanalítica o não-todo, encaminhamento da análise lacaniana, à condição deletéria e de extremo sofrimento verificado na devastação? (2) O discurso rigorosamente psicanalítico sustenta tal vinculação? (3) Quais consequências esta teria para a direção das análises? (4) Quais recursos uma análise ofereceria para as devastadas: apenas a cura derivada do assentimento com a castração ou seria possível ainda incluir o não-todo na construção de uma saída singular? A proposta sustentada foi a de que o que aparta a posição feminina da devastação é a histeria com sua recusa do não-todo, já que a demanda excessiva está aprisionada nas malhas pré-edípicas e não pode ser equiparada ao que se experimenta em um final de análise, de onde se espera que o falasser saia esvaziado e não inflado por uma condição deletéria que demanda o impossível ao Outro e aos outros com quem se encontra durante sua existência. Para sustentar esta posição, trabalhou-se alguns pontos que foram transformados em quatro capítulos: (1) a metodologia psicanalítica, caminhando para chegar com Freud até a sua máxima que aponta a coincidência entre a clínica e a pesquisa; (2) a sexualidade não-toda vivida, na maior parte das vezes, pelas mulheres, e de como este modo de apresentação com relação ao falo pode favorecer este tipo específico de sofrimento derivado da devastação; (3) os modos de gozo como foram propostos por Lacan, nos detendo no gozo fálico e não-todo fálico, extraindo deste último uma lógica própria e derivada da fálica e, por fim, (4) apresentou-se esboços de saídas para as devastações, colocadas no plural visto cada não-toda apenas poder ser contada a cada vez que se apresenta, sendo avessas a um atributo universal. As saídas eleitas foram três: (1) pelo viés do encontro amoroso, (2) através do advento da mascarada, utilizando-se do conceito proposto por Joan Rivière, e, finalmente, (3) aquela à qual se é levado por via do tratamento analítico e que favorece uma saída mais estrutural da devastação, posto que inclui uma mudança de posição subjetiva que vai na direção de esvaziar o Outro, na contramão de sua onipotência, suportando a condição de semblante. |