Memória e sentidos na institucionalização e disciplinarização da língua de sinais em cursos de Letras-Libras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Perse, Elissandra Lourenço
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
PPP
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16569
Resumo: A Lei de Libras e o Decreto 5.626/05 não apenas reconheceram e legalizaram a Libras como “meio legal de comunicação e expressão da comunidade surda”, mas também inauguraram um acontecimento discursivo possibilitando uma via para o processo de institucionalização desta área como conhecimento científico por meio de seu curso de graduação em Letras-Libras. Esta tese, inscrita na área da História das Ideias Linguísticas no Brasil – HIL e com confluência na Análise do Discurso, elabora um estudo sobre o processo de disciplinarização da língua de sinais nos cursos de licenciatura em Letras-Libras das universidades federais do país. Os pressupostos teóricos provêm das leituras efetuadas em Auroux (1989; 2008; 2014); Orlandi (2001; 2007; 2010; 2013), Guimarães (2003; 2014) e Nunes (2007; 2008) acerca das ideias linguísticas e por meio da mobilização de conceitos e dispositivos teóricos e analíticos da análise de discurso materialista, tais como memória, arquivo e designação. A construção do nosso arquivo de leitura inclui, como material de análise, os primeiros projetos político-pedagógicos (PPP) desses cursos e seus respectivos ementários. Buscamos compreender os sentidos sobre a língua de sinais e a formação de professores de Libras que emergem desses documentos institucionais, bem como os movimentos de permanência, ruptura, deslocamentos e tensão presentes no PPP e nas ementas. Identificamos uma carência de investigações sobre as descrições linguísticas da Libras e que tanto esse processo como o da sistematização de uma escrita da língua de sinais se instauram por meio de uma exogramatização e que há uma prevalência dos estudos oriundos da ASL em ambos. Constatamos que os avanços tecnológicos de comunicação parecem consubstanciar para outro formato de registro diferente dos moldes tradicionais, assim, propomos uma reorganização do quadro teórico acerca das revoluções tecnolinguísticas (AUROUX, 2014) a partir da Libras. Considerar a historicidade e a institucionalização nesse processo de disciplinarização é fundamental para o resgate da memória de uma língua (quase) censurada e interditada por décadas e suas projeções futuras na formação de professores de Libras