De roupas de defunto a artigos de moda Imbricações entre comunicação, consumo e sociabilidade numa feira de brechós em Madureira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Brennand, Jorgiana Melo de Aguiar
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Comunicação Social
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Comunicação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17518
Resumo: A comunicação vai além do intercâmbio de mensagens e se faz presente no consumo, na sociabilidade e nas trocas comerciais e simbólicas. Esse é o ponto de partida desta tese, que é focada principalmente em consumo e sociabilidade que ocorrem em uma feira de brechós, em Madureira, na zona norte do Rio de Janeiro, mas esteve suspensa, entre 21 de março e 24 de julho de 2020, devido à pandemia de Covid-19. O corpus do presente trabalho é constituído pela Feira das Brecholeiras, realizada semanalmente, embaixo do viaduto Negrão de Lima. Trata-se de um evento que comercializa todo tipo de mercadoria. De bijuterias a roupas de grife. Quase tudo é artigo de segunda mão. As metodologias empregadas neste estudo aliam: etnografia, por meio da observação participante; etnografia virtual desenvolvida nas redes sociais das brecholeiras, contemplando parte do período em que a feira esteve suspensa; pesquisa bibliográfica; entrevistas em profundidade, mediante roteiro semi-estruturado, realizadas entre janeiro de 2018 e dezembro de 2020 e entrevistas informais. Procura-se mostrar, por meio de um evento que reconfigura o espaço público da rua, as imbricações entre comunicação, consumo e sociabilidade. A feira, que movimenta o subúrbio carioca desde 2016 e reúne principalmente vendedoras, é capaz de atrair todo tipo de frequentador: da moça interessada em uma peça vintage a mulheres que buscam apenas conversar com as vendedoras e normalmente não compram nada, em um espaço considerado de pechincha. As análises estarão ancoradas em um referencial teórico bastante diversificado, agrupado com base nos conceitos-chave explorados nesta tese: consumo, sociabilidade e comunicação. A pesquisa é baseada principalmente nos autores Lívia Barbosa e Colin Campbell (2017); Ricardo Freitas (2005); Mary Douglas e Baron Isherwood (2013); Grant McCracken (2003); Heitor Frúgoli Jr. (2007); Georg Simmel (2006); Michel Maffesoli (2000; 2004a); Yann Moulier Boutang (2012); Muniz Sodré (1996). As metodologias empregadas permitiram evidenciar que sociabilidade, trocas comerciais e simbólicas são elementos interligados pela comunicação, reforçando a percepção de que a feira é um espaço onde as pessoas buscam estar juntas pelo prazer do encontro, revelando-se como um espaço dotado de sociabilidade. Observou-se ainda que a comunicação é indispensável às trocas; ao consumo, algo que vai além da satisfação de necessidades individuais, apresentando-se como um fenômeno cultural e mediador de relações sociais e, portanto, imbricado à sociabilidade, elemento central nas relações entre as brecholeiras e os frequentadores da feira.