Transfigurações do vampiro à sombra do mal: a fluidez do lugar do vampiro na literatura

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Sardenberg, Thiago Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/5940
Resumo: Na literatura, figuras monstruosas como o vampiro tradicionalmente desempenharam papeis de antagonismo, representando o mal que existe em um espaço discursivo construído como o lá fora . Mais inquietante que a ideia de que o mal espreita além de nós, entretanto, é a realização de que há, dentro de nós mesmos, uma zona sombria que contém este mesmo mal e que enxergamos tão claramente nesta figura do Outro, que consideramos monstruosa. Esse ser Outro torna-se temido ao pôr em xeque construções sociais e morais estabelecidas e ao potencialmente canalizar aquilo que tememos em nós mesmos, porém não deixamos vir à luz. A presente tese versa sobre a forma como o vampiro literário fora concebido como uma pura representação do mal seja aquele que enxergamos lá fora ou o que tememos em nós mesmos para tornar-se, na contemporaneidade, uma figura cujos lugares não mais permanecem fixos. Para melhor compreender este movimento para além de polarizações binárias como sagrado e profano , luz e trevas e bem e mal , presentes na construção do vampiro desde suas origens míticas até a inserção na literatura, a tese lançará um olhar para obras seminais e contemporâneas da literatura vampiresca em diálogo com diferentes perspectivas religiosas, filosóficas, literárias no que traduzem a natureza dinâmica, ambivalente do mal. Poderosa superfície refletora da sociedade, a figura do vampiro passa a espelhar a construção das identidades contemporâneas no que estas apresentam-se mais fluidas e interessadas em favorecer aditivas em detrimento de alternativas, assim como em verificar as coincidências de opostos ao invés de meramente polarizá-los. Buscando sua própria ressignificação, o vampiro assume sua natureza, o protagonismo de sua narrativa e passa a valorar-se por sistemas que não mais o confinam nos lugares fixos que previamente ocupara, promulgando contínuas transfigurações no que paira à sombra do mal