O caso Macobeba: um personagem e suas refigurações entre o mito e a literatura

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Silva, Thayane Verçosa da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22555
Resumo: Nesta tese, parte-se da análise da série de textos sobre o monstro Macobeba, publicados no periódico pernambucano A Província, no período de abril a setembro de 1929, assinados por José Mathias, pseudônimo de Júlio Bello. Tais publicações foram recebidas de maneiras distintas por diferentes camadas sociais, gerando, consequentemente, duas linhas de recepção e de refiguração do personagem monstruoso: a letrada e a popular. Na primeira delas, a partir da análise dos textos de autores relevantes do modernismo brasileiro, como Mário de Andrade, Graciliano Ramos, Jorge de Lima, Cavalcanti Proença e Joaquim Cardozo, percebe-se que eles criaram as suas próprias versões da criatura, com diferenças consideráveis em relação à figuração original, sendo possível, portanto, classificá-las como “refigurações autorais”. Já a segunda via de recepção é composta por textos mais diversos e variados, que se assemelham na medida em que apresentam o monstro Macobeba sem menção ao seu criador original, nem ao periódico A Província. Nas publicações que a compõem, a criatura é constantemente referida como um ser autônomo, que prescinde de seu criador original, configurando, assim, a “sobrevida” do monstro. Considerando a autonomia alcançada pelo monstro na segunda via, a sua presença em uma tradição popular e anônima, pode-se dizer que o monstro Macobeba alcançou o “estado de mito”