Fogacho como marcador de risco cardiovascular na pós-menopausa recente: efeitos de tratamentos não hormonais
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/12576 |
Resumo: | Neste ensaio clínico duplo cego, os efeitos de tratamentos não hormonais para os fogachos sobre a função endotelial, componente autonômico e pressórico da função vascular de mulheres na pós-menopausa recente foram investigados, através do uso da paroxetina na dose de 7,5 mg/dia e de placebo. Também avaliou-se os efeitos de ambos sobre sonolência diurna, qualidade do sono e percepção de estresse. Foram incluídas 142 pacientes (72 no grupo paroxetina e 70, no grupo placebo). A função endotelial foi avaliada por pletismografia de oclusão venosa (POV), o componente autonômico, por eletrocardiografia (ECG) de 10 minutos e a pressão arterial, através de monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA). Sonolência diurna, qualidade do sono e percepção de estresse foram avaliados pela Escala de Sonolência de Epworth (ESS-BR), pelo Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI-BR) e pela Escala de Estresse Percebido (PSS), respectivamente. Também foram avaliados os níveis de estradiol (E2) e sex hormone-binding globulin (SHBG). Houve redução significativa dos fogachos tanto no grupo paroxetina quanto no grupo placebo; entretanto, menores níveis de E2 (pré-tratamento no grupo paroxetina comparado ao grupo placebo; pós intervenção nos dois grupos, mais importante no grupo placebo, comparados ao basal) se refletiram em menores fluxos à hiperemia reativa, a despeito da redução dos fogachos em ambos os grupos. Ainda, o delta de E2 apresentou correlação direta significativa com os deltas absoluto e relativo do fluxo basal e com os deltas do fluxo pós-hiperemia reativa na amostra total. Após ajuste para os níveis de E2, a correlação inversa da nota dos fogachos com a média do fluxo pós hiperemia reativa na amostra total não manteve significância estatística e houve perda da correlação direta inicialmente observada entre nota de fogachos e pressão arterial sistólica (PAS) média do sono na amostra total. Houve no grupo paroxetina aumento dos componentes parassimpáticos HF e pNN50 à análise da variabilidade da frequência cardíaca e aumento da vasodilatação endotélio-independente à POV. Houve redução significativa dos sintomas psíquicos e do Índice de Kupperman-Blatt (IKB) além de melhora da qualidade do sono pelo PSQI- BR em ambos os grupos, porém aumento significativo das horas de sono ocorreu apenas no grupo placebo, à avaliação subjetiva. Aumento significativo de índice de massa corporal (IMC) ocorreu no grupo paroxetina, entretanto, não foi acompanhado de aumento na circunferência abdominal (CA). Em relação aos demais efeitos colaterais relatados, não houve diferenças significativas entre os grupos. Em conclusão, a redução dos fogachos per se não melhorou a função endotelial tornando pouco provável que o sintoma vasomotor em si seja o responsável direto pela disfunção endotelial. A redução dos fogachos pareceu ocorrer por efeito predominante no sistema nervoso central. Os níveis de E2 pareceram ser os responsáveis pela função endotelial neste estudo. Diferentemente do placebo, a paroxetina pareceu modular o sistema nervoso autônomo através do aumento do tônus parassimpático, o que pode trazer algum beneficio além da mera redução de sintomas em mulheres na pós-menopausa. |