Material particulado respirável presente no ar da cidade do Rio de Janeiro: estudo geneotóxico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Ribeiro, Claudia Ramos de Rainho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Biociências
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16186
Resumo: Material particulado (MP2,5) pode estar associado a diversos compostos orgânicos como os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA). Estudos recentes mostram que os HPA podem não ser os predominantes mutágeneos presentes no poluentes atmosféricos, e que compostos nitroaromáticos, aminas aromáticas e acetonas, podem ser potentes mutágeneos. Biomarcadores geneéticos são ferramentas úteis para a avaliação inicial da exposição à poluição ambiental e ocupacional. No presente trabalho nós comparamos os níveis de HPA, Nitro-HPA e mutageneicidade, e investigamos os efeitos geneotóxicos em trabalhadores expostos a estes poluentes. As amostras ambientais foram coletadas em dois períodos: (I) Julho à Outubro de 2010 e (II) Novembro de 2010 à Maio de 2011 nos três pontos da cidade do Rio de Janeiro (1) Campus UERJ; (2) Avenida Brasil e (3) Túnel Rebouças. O biomonitoramento humano foi realizado utilizando amostras de linfócitos e células da mucosa oral no ensaio de micronúcleo (MN). Ensaio de PCR foi realizado para avaliar o polimorfismo em genes responsáveis pela expressão de enzimas de metabolização de fase I (CYP1A1), e de fase II (GSTM1 e GSTT1). Altas concentrações de HPA e Nitro-HPA foram detectadas no ponto 3 em ambos os períodos. Nitroarenos e dinitroarenos foram detectados nos três pontos no período I. No período II, a presença de dinitroarenos foi detectada somente nos pontos 2 e 3. As frequências de MN em linfócitos e em células da mucosa oral apresentaram aumento significativo em indivíduos do grupo exposição (trabalhadores do túnel Rebouças), em comparação aos indivíduos do grupo controle. As informações geradas neste estudo mostram que diferentes níveis de HPA e nitroderivados contribuem para a mutageneicidade. A alta frequência de MN detectada nos indivíduos do grupo exposição, pode estar relacionada a exposição ocupacional aos poluentes aderidos ao MP2,5. O aumento significativo na concentração de 1-HP e 2-NAP (µmol/mol creatinina) foi detectado em amostras de urina de indivíduos do grupo exposição. Polimorfismo m2 (CYP1A1*2B) foi detectado somente em um indivíduo do grupo exposição. Nenhum polimorfismo do gene CYP1A1 foi detectado em amostras do grupo controle. Deleções dos genes GSTM1 e GSTT1 foram detectadas em 100% das amostras dos indivíduos do grupo controle. No grupo exposição foram detectadas deleções em 72,74% das amostras para GSTM1 e em 86,37% das amostras para GSTT1. Estes resultados demonstram que este indivíduo exposto a poluição ocupacional no Túnel Rebouças, pode apresentar intensificação da metabolização de poluentes como os HPA, e ter dificuldades na desintoxicação dos metabólitos destes poluentes.