Cartografias do imaginário: interpretações geográficas da paisagem brasileira em mapas europeus do séc. XVII

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Carvalho, Brendo Francis lattes
Orientador(a): Nabozny, Almir lattes
Banca de defesa: Stancik, Marco Antonio lattes, Carvalho, Marcia Siqueira de lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação Mestrado em Gestão do Território
Departamento: Departamento de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/2833
Resumo: Este trabalho objetiva refletir sobre os modos pelos quais a representação da paisagem brasileira em mapas renascentistas constituiu parte do projeto de ordenamento espacial do Brasil colonial, utilizando como fonte quatro mapas produzidos durante o período do Brasil Holandês e publicados no Atlas Maior (1665): Os mapas escolhidos são Praefectura de Ciriji Vel Seregipe Del Rey Cum Itapuama, Praefecturae Paranambucae Pars Meridionalis, Praefecturae Paranambucae Pars Borealis, Uma Cum Praefecturae De Itâmaracâ; Praefectura De Paraiba Et Rio Grande, publicados pela primeira vez em 1647. Os mapas escolhidos para a análise foram elaborados pelo cartógrafo George Marcgraff, contém gravuras do pintor Frans Post, e se reunidos compõe o mapa mural Brasilia Qua Part e Paret Belgis. O conceito central da discussão é a paisagem, entendida de duas maneiras distintas: a paisagem enquanto fenômeno, referente ao espaço vivido e a experiência dos sujeitos envolvidos com a produção dos mapas, e a paisagem representação, desenhada nos mapas e gravuras, mediada pelas habilidades, imaginários e intencionalidades destes mesmos sujeitos. São apresentados três capítulos teóricos, relativos ao conceito de paisagem e suas interfaces com diferentes abordagens, além da conceituação em torno do que se entende como mapa, pensando seu papel enquanto objeto e imagem, representativo de relações de poder. O capítulo final apresenta os resultados encontrados. Percebeu-se que existem três vieses pelos quais a paisagem é representada para corroborar com o projeto espacial de Maurício de Nassau. Além disso, a representação cartográfica funciona também enquanto um argumento sobre a riqueza, natureza e potencialidades da paisagem do Brasil Holandês, justificando assim a presença holandesa no Brasil colonial. Por fim são feitas considerações que discorrem sobre o papel da representação da paisagem em mapas renascentistas de modo a fornecer elementos para um tipo específico de imaginário que enaltece o governo nassaviano pela perspectiva artística e cultural, além de alimentar ideias sobre a boa gestão do Conde Nassau que permaneceram no imaginário popular através dos séculos.