Mariana Coelho e a educação das mulheres: uma escritora feminista no campo intelectual (1893-1940)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Tomé, Dyeinne Cristina lattes
Orientador(a): Campos, Nevio lattes
Banca de defesa: Machado, Maria Cristina Gomes lattes, Bega, Maria Tarcisa Silva lattes, Szesz, Christiane Marques lattes, Skalinski Junior, Oriomar lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Departamento de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3127
Resumo: Esta tese tem por objetivo analisar a trajetória de Mariana Coelho, notadamente o período de 1893 a 1940, a fim de problematizar seu processo de formação como leitora e escritora, bem como sua inserção no campo intelectual. O recorte inicial, 1893, está associado à sua primeira poesia publicada pela Revista Azul, e 1940 demarca o momento em que deixou de atuar na vida pública com a edição da obra Cambiantes e sua última carta escrita à feminista Bertha Lutz. A justificativa desta investigação está associada ao lugar ocupado por esta personagem no cenário literário, intelectual e feminista da história paranaense e brasileira, visto que as posições ocupadas e as tomadas de posições permitem problematizar sua atuação no universo da leitura e da escrita na tentativa de compreender as estratégias que favoreceram o seu ingresso no campo literário e intelectual, possibilitando o seu reconhecimento como intelectual que almejava educar as mulheres para que tivessem maior autonomia e espaço na vida pública e profissional. Apoia-se em fontes como as correspondências ainda inéditas – trocadas com a líder Bertha Lutz, no período de 1923 a 1940 –, notas de leitura, obras publicadas e artigos divulgados em periódicos ao longo de sua trajetória, bem como nas proposições teórico-metodológicas do sociólogo Pierre Bourdieu e nos aportes da história intelectual, os quais permitem compreender os espaços sociais e culturais em que Mariana Coelho transitou, assim como explicar o processo que resultou na transformação de estratégias aplicadas ao mundo social para ingressar no campo literário e intelectual em favor de seu debate em defesa da educação e emancipação feminina. No percurso de análise, discutem-se as origens familiares de Mariana Coelho, tendo em vista sua formação de leitora, no período em que viveu em Portugal, entendido como espaço de prática social e acúmulo de capital cultural, além de descrever o processo de sua saída de Portugal e chegada ao Brasil. Em seguida, é apresentada como se deu sua formação como escritora e inserção ao campo literário paranaense, destacando-se as relações que estabeleceu com outros agentes e as tomadas de posição nesse espaço social. É evidenciado também como sua concepção feminista foi se moldando e se constituindo ao longo dos anos por meio das leituras, das ações e das relações que estabeleceu com outras feministas, particularmente com Bertha Lutz, com quem manteve uma relação marcada por laços de amizade, de intercâmbio de ideias, assim como por desacordos. Enfim, ao mostrar o acúmulo de seu capital cultural (condição de leitora e escritora) e de capital simbólico (vínculo com diversas lideranças culturais), sustenta-se a tese que Mariana Coelho converteu esses elementos em estratégias potencializadoras para defender, no âmbito do campo intelectual paranaense e brasileiro, seu feminismo por convicção, cujo horizonte seria um modelo educacional comprometido com a emancipação das mulheres.