Um intelectual caipira na cidade: a trajetória de Mário Neme e sua gestão no Museu Paulista

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Silva, Tathianni Cristini da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-08012015-162434/
Resumo: Com este trabalho se pretende traçar a trajetória intelectual de Mário Neme (1912-1973), dando destaque para sua atuação como diretor do Museu Paulista, entre 1960 e 1973. Intelectual autodidata de Piracicaba, que na capital, São Paulo, construiu sua história de sucesso profissional e militância a favor da cultura e da liberdade política, Neme foi jornalista durante praticamente toda sua vida, escrevendo para diversos periódicos. Sempre inconformado e ativo, ajudou a criar a Associação Brasileira de Escritores, figurando na luta pela profissionalização do escritor, bem como no movimento opositor ao Estado Novo. Foi também contista, autor de peça teatral e historiador, obtendo reconhecimento em suas atividades. Como funcionário público, iniciou carreira concursado para a Câmara, mas devido ao golpe de 1937, foi trabalhar no Departamento de Cultura, assumindo a Revista do Arquivo Municipal. Passou por muitos outros cargos, até chegar ao Museu Paulista, como seu diretor. Foi na direção do museu que escreveu suas obras maduras, mas lá sofreu novo revés ao ver instalado novamente um golpe contra o governo, desta vez, pelos militares. Explorando o estudo de sua vasta rede de sociabilidade, argumenta-se aqui que Mário Neme foi um intelectual de transição, entre aqueles sem formação universitária e os \"moços\" que vivenciaram uma das primeiras universidades do país, a Universidade de São Paulo. Assim, esta tese trata da trajetória de um intelectual em processo complexo de desaparecimento, mas que se torna diretor, entre os anos 1960 e 1970, de uma das maiores instituições culturais de uma cidade transformada em metrópole pelo trabalho de seus imigrantes e migrantes, fossem eles operários da construção civil ou operários das letras que vinham do interior do estado, dentre muitos outros. Demonstra-se aqui que Mário Neme foi, como diretor, decisivo para o processo de renovação museológica do Museu Paulista