Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Pereira, Marcela Caroline
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Orientador(a): |
Schimanski, Édina
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Banca de defesa: |
Goellner, Silvana Vilodre
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Klanovicz, Luciana Rosar Fornazari
,
Freitas Junior, Miguel Archanjo de
,
Mandalozzo, Silvana Souza Netto
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Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual de Ponta Grossa
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais Aplicadas
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Departamento: |
Setor de Ciências Sociais Aplicadas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3688
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Resumo: |
A atuação da mulher jogadora no campo profissional futebolístico ainda é incipiente, instável e pouco consolidada. Tendo em vista o avanço na atuação profissional da mulher neste campo, se faz necessário que as entidades futebolísticas (confederações, federações e clubes) desenvolvam ações para garantir uma maior sustentabilidade do futebol de mulheres. Em 2016, em seu Regulamento de Licença aos Clubes, a CONMEBOL exigiu que os times que disputavam o Campeonato Brasileiro - série A, masculino, investissem em um departamento feminino. Neste sentido, as entidades estabeleceram o ano de 2019 como prazo final para a adequação da nova medida, em que o clube requerente deveria contar com uma equipe principal ou fazer acordo de parceria com algum time de mulheres já estruturado. Com base neste cenário, o objetivo deste estudo foi analisar a posição das mulheres jogadoras da equipe “Clube A – Clube B” no campo futebolístico profissional, após a referida medida estabelecida pela CONMEBOL, em 2016. Para atingir os resultados da pesquisa, foi realizado um Estudo de Caso com a equipe supracitada, que disputou a série A1 do Campeonato Brasileiro de futebol feminino em 2019. O estudo de caso foi realizado por meio de um diário de campo e entrevistas semiestruturadas aplicadas para dezesseis jogadoras e ao técnico/dirigente do time. As narrativas desses agentes entrevistados foram analisadas com base nos pressupostos metodológicos da Análise de Conteúdo, proposta por Bardin (1979). Percebeu-se que a posição da jogadora no campo futebolístico se constitui a partir de sua trajetória social, a qual perpassa por algumas fases: inserção, permanência e profissionalização. Embora essas fases correspondam a momentos distintos, observou-se que um habitus de luta (combativo) foi interiorizado e subsidiou a trajetória dessas mulheres, na medida que elas precisaram contestar, constantemente, o preconceito cultural de gênero para subverter o simbólico social, bem como tencionar a lógica e as relações de poder existentes dentro de seu percurso futebolístico. Os projetos das jogadoras evidenciam as aspirações de profissionalização e de reconhecimento da atuação profissional, porém, enfatizam as limitações para tal feito, especialmente no que se refere às condições fornecidas pelo clube e a inexistência de formalização dos contratos entre clube e jogadora. Diante disso, as ações fomentadas pelas entidades futebolísticas, mais especificamente a medida da CONMEBOL, impactaram positivamente ao trazer oportunidades para um número maior de mulheres no futebol, mas não garantiu melhorias nas condições de atuação das jogadoras, bem como não remeteu a profissionalização no futebol de mulheres, especialmente para equipes com baixo capital simbólico, como o Clube A/Clube B, situado fora dos grandes centros futebolísticos |