Sobrevida de pessoas vivendo com HIV/AIDS na região dos Campos Gerais, Paraná 2008-2018

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Zuber, Jean Fernando Sandeski lattes
Orientador(a): Muller, Erildo Vicente lattes
Banca de defesa: Silva, Milene Zanoni da, Rattmann, Yanna Dantas
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde
Departamento: Setor de Ciências Biológicas e da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
HIV
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3393
Resumo: Foram avaliadas, uma amostragem de pessoas diagnosticadas com HIV/AIDS no período de 2008 a 2018, com o desfecho vivo ao final da série e todos os óbitos para os mesmos diagnósticos ocorridos no neste intervalo de tempo, em residentes da região dos Campos Gerais, Paraná. Trata-se de um estudo de coorte retrospectivo, de caráter exploratório e documental. A população-alvo foi composta por 737 pessoas, destas 56,9% correspondiam a casos de óbitos e 43,1% a pessoas vivas diagnosticadas no período de avaliação. Verificou-se que do total da coorte, 59,3% eram do sexo masculino, média de idade de 37,5 anos, 77,6% de raça e/ou cor da pele branca e 58,6% com ensino fundamental. Em relação a assiduidade ao tratamento constatou-se a frequência de 49,1%, sendo que 21% das pessoas incluídas nesta pesquisa nunca realizaram tratamento específico para HIV/AIDS. A sobrevida média da coorte foi de 8,8 anos, sendo no sexo feminino de 10,2 anos e no masculino de 7,9 anos; crianças de até 10 anos obtiveram 8,2 anos, já aqueles com 11 a 20 anos apresentaram média de 14,3 anos, enquanto adultos de 41- 60 anos e acima de 60 anos registram sobrevida de 6,2 e 5,0 anos, respectivamente. Analfabetos sobreviveram 7,1 anos e aqueles com ensino médio ou superior apresentaram sobrevida de 10,2 e 10,8 respectivamente; pessoas sem uso de antirretrovirais registraram sobrevivência média de 4,7 anos. Na avaliação do risco relativo para o óbito, homens registraram RR 1,22; pretos e pardos RR 1,18, e aqueles diagnosticados até 31 de dezembro de 2013 (antes do tratamento para todos) RR 1,58. Apesar das disparidades entres os subgrupos avaliados, a TARV apresenta impacto significativo na mortalidade quando o tratamento é instituído de forma precoce. Pesquisas com o objetivo em se estudar a sobrevida de PVHIV são de fundamental importância, pois possibilitam monitorar os desiquilíbrios na assistência em saúde, tratamento e cuidados, subsidiando ainda o reconhecimento de indicadores que favoreçam a construção de intervenções específicas, os quais por sua vez resultariam em uma melhor qualidade e expectativa de vida. Entendendo que o cuidado precisa ser atribuído de significado, ou seja, significativo para ambos, profissionais e PVHIV, é necessário romper com a pseudológica da verticalização e superficialidade da assistência, compreendendo que saúde só se constrói de forma coletiva, contextualizada, com pluralidade de conhecimentos e voltada à singularidade da pessoa. Somente através da interdisciplinaridade, conseguiremos envolver quem está no centro do cuidado, e quem sabe assim, alcançar uma nova etapa na história de vida das pessoas que vivem com HIV, e também podendo sonhar em um dia alcançar a transdisciplinaridade.