"A sementeira que provê a sífilis": as representações da prostituição feminina nas obras médicas de Afrânio Peixoto (1898-1936)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Pupo, Michelle de Paula lattes
Orientador(a): Szesz, Christiane Marques lattes
Banca de defesa: Ferreira, Angela Ribeiro, Schactae, Andrea Mazurok, Pereira, Ivonete
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História
Departamento: Departamento de História
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3219
Resumo: Este trabalho buscou compreender de que forma a prostituição foi representada nas obras do médico Afrânio Peixoto. Médico e intelectual-cientista, literário, exerceu vários cargos importantes no período de consolidação da República brasileira. As fontes utilizadas se constitui de algumas obras e escritos de Afrânio Peixoto: Profilaxia pública da sífilis e enfermidades venéreas, Elementos de higiene, Noções de higiene, Higiene (volume 1)-higiene geral, Higiene (volume 2)-medicina preventiva, Criminologia, Novos Rumos da medicina legal, Sexologia forense, Medicina Legal (volume 1)-medicina forense, Medicina Legal (volume 2)-psico-patologia forense, Educação moral da mulher. Para a compreensão do campo médico a respeito do problema da prostituição também foram utilizadas as publicações das revistas médicas Gazeta Médica da Bahia e Brazil Médico e jornais do período como o Jornal do Commércio e o Correio da Manhã do Rio de Janeiro. Os intelectuais deste período, assim como Afrânio Peixoto, se viam com o dever de “civilizar”, “salvar”, “modernizar” a nação brasileira e tinham a Europa como referência de civilização. Buscamos demonstrar a partir das discussões de campo e redes de sociabilidades, junto com a história intelectual entender Afrânio Peixoto nas discussões do início da República. O discurso médico do início do século XX, interviu na vida privada do indivíduo de forma higienista contribuindo para a modernização do espaço urbano. A prostituição aparece como um problema a ser resolvido, os discursos médicos giraram em torno da regulamentação e da abolição deste ofício, embora amplamente discutida não se chega a ter um projeto efetivo de regulamentação da prostituição no Brasil. A temática da prostituição, aparece neste cenário como doença, devido a disseminação da sífilis, que deveria ser controlada e principalmente “higienizada”. As obras de Afrânio Peixoto são amplamente marcadas por questões higiênicas a partir da sexualidade, principalmente a feminina.