Cor e rima na cidade cinza: as trajetórias juvenis do Movimento hip-hop e a paisagem urbana de Ponta Grossa - PR

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Adami, Lucas Renato lattes
Orientador(a): Nabozny, Almir lattes
Banca de defesa: Torres, Marcos Alberto lattes, Demeneck, Ben-Hur lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação Mestrado em Gestão do Território
Departamento: Departamento de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/2819
Resumo: O presente trabalho desenvolveu a compreensão de como as trajetórias juvenis, interiorizadas no movimento hip-hop, compõem a paisagem urbana de Ponta Grossa – PR. Portanto, tornou-se fundamental o contato com os jovens ativistas (graffiti e rap) que materializam suas trajetórias espaço-temporais pelo espaço. Deste modo, a ciência geográfica, através das conceituações de espaço e lugar, ofereceu caminhos para compreender a materialidade e o simbolismo intrínseco na construção da paisagem. Foi considerado o caráter cultural e político do movimento hip-hop em termos de origem e sua respectiva inserção na paisagem urbana. A paisagem compreendida como perspectiva imagética do espaço geográfico foi lida como um texto repleto de significados que antecedem e sucedem re-apropriações em espaços públicos. As bases estruturais da investigação foram complementadas pela compreensão da sociabilidade juvenil e do caráter translocal do movimento hip-hop. A observação participante e o diário de campo foram constantemente atualizados e complementados pelas entrevistas narrativas, fornecendo assim as informações para compreensão dos condicionantes sociais e elaboração dos núcleos centrais das linguagens exploradas. Foram expressos como resultados da pesquisa a caracterização e construção da identidade do grupo, a identificação de terminais de conexão e espaços-lugares de referência para a presença hip-hop, a transformação de espaços em lugares e a complexa esfera simbólica em torno das manifestações dos jovens ativistas. As perspectivas em torno das materializações das linguagens graffiti e rap apresentaram um mote de significados em torno da ausência de cor na cidade, fuga do cotidiano monótono e uma preocupação social com relação ao acesso a cultura por parte da sociedade alocada na periferia, resultados que foram apreendidos como consenso entre os ativistas. Todavia, a perspectiva anárquica, de liberdade, de desafio e de visibilidade está ancorada à utilização destas linguagens enquanto ferramenta de luta, não somente por espaço mas também no meio simbólico. Os núcleos centrais e o material provindo dos mesmos possibilitaram expor e explorar estes elementos que constituem a identidade do movimento e, através das trajetórias e manifestações, transformam e ressignificam o espaço e como consequência a paisagem que reflete a materialidade e a ordem social.