A VARIAÇÃO LINGUÍSTICA NO LIVRO DIDÁTICO E NA PRÁTICA DOCENTE DE LÍNGUA PORTUGUESA: POLÍTICAS E IDEOLOGIAS LINGUÍSTICAS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Santana, Alexandra Nunes lattes
Orientador(a): Torquato, Clóris Porto lattes
Banca de defesa: Garcia, Tânia Maria Figueiredo Braga, Saleh, Pascoalina Bailon de Oliveira
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós - Graduação em Estudos de Linguagem
Departamento: Departamento de Estudos da Linguagem
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/2411
Resumo: O livro didático é uma parte fundamental do fazer pedagógico nas escolas brasileiras e, muitas vezes; “constitui o centro do processo de ensino-aprendizagem em todos os graus de ensino, com ênfase no ensino fundamental e médio” (CORACINI, 1999). É importante ressaltar que, ao escolher um livro didático, o professor poderá estar concordando com conceitos, com uma filosofia de ensino, com ideologias, ou seja, com visões de mundo e perspectivas teóricas mobilizadas pelos autores do livro. No caso do professor de língua portuguesa, a escolha do livro didático implica a adoção de ideologias linguísticas, ou seja, concordância com as concepções de língua aí veiculadas e de como se dá o processo de ensino/aprendizagem da língua. Assim, considerando a relevância do livro didático no fazer pedagógico, um dos objetivos dessa pesquisa é analisar a abordagem que determinados livros didáticos de língua portuguesa conferem à variação linguística; mais especificamente, o foco recai sobre a coleção “Português Linguagens”, (CEREJA; MAGALHÃES, 2012) do Ensino Fundamental II, aprovada pelo PNLD 2014. Também é objetivo deste estudo analisar a prática pedagógica de dois profissionais em relação ao uso do livro didático em sala de aula e ao tratamento dispensado à variação linguística, uma vez que se entende que os modos de tratar a variação no ensino configuram políticas linguísticas efetuadas no/pelo material didático e no/pelo fazer docente. Esses objetivos integram o objetivo geral: investigar e analisar as ideologias e políticas linguísticas no ensino de língua portuguesa no que se refere ao tratamento da variação linguística. Quanto à metodologia, a pesquisa apresentada neste trabalho se configura como uma pesquisa qualitativa de cunho etnográfico, pois observa práticas pedagógicas situadas, que ocorrem dentro de duas salas de aula. Neste trabalho, visito alguns estudiosos, como Bagno (2013, 2014), Coracini (1999), Chamma (2007), Geraldi (2009), Silva (1996), Pessoa (2009), Silva, (1996); Tilio (2006 e 2013), Tagliani (2011), Lajolo (1996), Gottheim (2013); e Lopes Pereira (2013), para o estudo do livro didático de línguas; Eagleton (2011), para subsidiar a reflexão sobre cultura; e Woolard (1998), Kroskity (2004) e Milroy (2011), para a reflexão sobre ideologias linguísticas. Em relação à linguagem, baseio-me, principalmente, nas postulações do Círculo de Bakhtin, entre outros autores que contribuem para a pesquisa. Com base na análise dos livros, nas aulas observadas e na literatura citada neste trabalho, pude concluir que a ideologia da padronização está presente nas salas de aulas e que as políticas linguísticas efetuadas pelo/a docente levam à valorização da norma-padrão. Por isso, é fundamental repensar o que chamamos de português no século XXI (MOITA LOPES, 2013) - consequentemente, os demais conceitos que contribuam para um tratamento que desconsidere as instáveis relações sociais de modo que contribua para práticas pedagógicas reflexivas em relação às políticas linguísticas e ideologias linguísticas que estão envolvidas no processo de ensino/aprendizagem de línguas.