Futebol amador: uma etnografia da cultura futebolística e o processo de estruturação do habitus dos jogadores do Mirante Esporte Clube em Ponta Grossa – Paraná (2013-2021).

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Oliveira, Edilson de lattes
Orientador(a): Freitas Junior, Miguel Archanjo de lattes
Banca de defesa: Capraro, André Mendes; Domingos, Nuno lattes, Pedroso, Bruno, Lise, Natasha Santos
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais Aplicadas
Departamento: Setor de Ciências Sociais Aplicadas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3634
Resumo: O objetivo da tese foi analisar o sistema simbólico fomentado e que fomenta as práticas futebolísticas e o processo de estruturação do habitus dos jogadores do Mirante Esporte Clube em Ponta Grossa - Paraná (2013-2021). Para tanto, recorreu-se a etnografia, pois ela possibilita a reflexão sobre o grupo social estudado, através de seu próprio “ponto de vista” sobre o mundo, com base na interpretação de suas práticas simbólicas. Entre Campeonato Amador Divisão Especial e Campeonato Amador Máster, de 2013 a 2021, acompanhou-se o Mirante E. C. nas 13 competições em que o time foi inscrito. Além das saídas de campo nos dias de jogo, observou-se os jogadores, dirigentes e torcedores do clube em outros momentos, como: nas “peladas” (jogos recreativos); nas rodas de sociabilidade; em festividades comemorativas do clube (aniversários ou eventos de encontro de veteranos); em mutirões de reformas; reuniões da diretoria; além de festas de aniversário, churrascos e demais comemorações particulares de agentes envolvidos com o Mirante E. C., quando convidado. Para apresentação dos resultados, adotou-se o formato Multipaper ou modelo Escandinavo, que se caracteriza pela apresentação do estudo através de uma coletânea de artigos. Ao longo deste processo foram desenvolvidos sete artigos. Os três primeiros, caracterizam-se por um esforço “fora de campo”, através dos quais realizou-se estados do conhecimento da produção acadêmica sobre futebol amador no Brasil (através de teses e dissertações da BDTD) e em diferentes locais do mundo (através da base de dados Scopus) e uma revisão de literatura sobre os desafios contemporâneos da pesquisa etnográfica. Em seguida, os quatro artigos da segunda parte da tese, abordam diretamente as questões emergentes das descrições etnográficas realizadas nos campeonatos amadores de Ponta Grossa, como: os sentimentos de identidade com o clube, expressos através das relações de conflito entre diferentes diretorias; o uso do capital futebolístico fora do campo, nas relações de trabalho ou política eleitoral; a importância das práticas futebolísticas na trajetória de agente que vivenciou o esporte em suas diferentes dimensões; e os dilemas e conflitos enfrentados pelos praticantes de futebol em uma pandemia. Infere-se que desde sua gênese fabril, a prática futebolística amadora possuía e possui a capacidade de ser convertida em capital econômico, cultural, social ou simbólico, aplicável para além das linhas geográficas dos campos. Por este motivo, apresenta-se a necessidade de se pensar em um capital futebolístico. No contexto pontagrossense, entre as memórias do passado dos veteranos e a esperança subjetiva (quase mística), de que tudo é possível através de um grupo que se reconheça como uma família, os símbolos, normas e leis que regem este espaço social permanecem sendo reproduzidas, legitimando simbolicamente o futebol amador como uma prática indispensável do cotidiano destes agentes sociais. Assim, suas formas de ver, sentir e agir sobre o mundo, ou seja, seu habitus, estão diretamente relacionadas às leis e lógicas do campo futebolístico amador de Ponta Grossa.